Páginas

quinta-feira, 31 de março de 2016

From Tuvalu .

Prezados !

Mal eu tinha chegado de Bongo  vi ,  na internet , uma oferta  para um final de semana em Tuvalú .

Não vacilei ...  embarquei  para  o arquipélago  distante deste insensato mundo braziliense . Ou melhor ... brasileiro .

Aluguei uma bicicleta e fui até uma praia longínqua .   Deitado na areia , tomando sol  como um lagarto  ouvi  um cantarolar  distante ...  "eu prefiro ser ... uma metamorfose ambulante ... eu prefiro ser uma metamorfose ambulante ...."

Logo identifiquei ... era  o  camaleão petista .   Pé  ante pé , segui  o som da cantoria  que dava  numa pedra tisnada de sol .  Por mais que procurasse , de pronto não encontrei  nada além da pedra.

Mas como ... uma pedra cantando ?

De repente ... de repenpente , como diria  Moreira da Silva ,  a pedra se mexeu ... era um rabinho . O rabinho do camaleão petista .  Tudo porque o restante do corpo do camaleão  transformara-se propriamente em pedra : o camaleão , apesar de cantar que  se achava uma metamorfose ambulante era mesmo um mimetismo estático .

Não hesitei , mesmo não o enxergando , sabia que ele estava mirando para mim .

" Camaleão , se estás a enxergar-me dá algum sinal de vida .  Nem o  teu rabo que eu  há pouco via , agora  já não vejo mais ...  sim , eu juro que desta vez não vou te contrariar .  É que tenho algo de muito sério para te falar , Camaleão . "

Nesse momento eu olhava a pedra de duas formas . Numa no intuito de ver o todo , certo de que se algo nela se mexesse eu divisaria o Camaleão petista .  Mas nada .  Sendo assim , certo  que  ele estava não só me ouvindo , mas também me vendo ,  passei  a falar .

" Camaleão ,  você não percebe que estamos entrando num beco sem saída ?  Você não percebe que a casa caiu , Camaleão ...  Será que vocês não enxergam que ninguém mais vai botar um centavo em Tuvalu  com o teu PT  no mando do país ? 
Camaleão ,  não adianta querer tapar o sol com a peneira ,  os pecados cometidos por vocês são imperdoáveis .  Se  vivessem num lugar  menos complacente do que Tuvalu todos , inclusive você já estariam em cana , vendo o sol nascer quadrado .  O pior é que ela , a mãe do puc ,  pensa que só porque não levou grana alguma ;  que,  por isto ela também não prevaricou , não  se corrompeu . "

Foi quando ouvi algo como um pum .  Uma flatulência . 

Logo depois ouvi a voz do Camaleão petista : " Isso é a minha resposta ,   a lição de  quem ,  sem pergaminho algum ,  chegou à Presidência de Tuvalu ."

Neste momento   vi que o  Camaleão  corria para a floresta , não sem cantarolar mais fortemente do que nunca : " Eu prefiro ser , uma metamorfose ambulante ... eu  prefiro ser  ... "


quinta-feira, 3 de março de 2016

O primo Delcídio vai falar !

Prezados !

Desde a nossa infância , em Belém do Pará , eu e Delcídio éramos como unha e carne .  Juntos pegamos muitas mangas caídas das árvores centenárias que ornam a bela capital do Pará ;  algumas mangas  até caíam nas valas das rua de Belém . Limpávamos as frutas na camisa e as saboreávamos ali mesmo .

Tudo bem que tínhamos nossas diferenças ; ele torcia para o Remo , eu para o Paysandú.  Eu preferia Coca , Delcídio  Pepsi .  Para mim , nada  suplantava o sabor do Tacacá , bem goma e jambú.  Já Delcídio  sempre estava com uma cuia de açaí na mão .

E assim íamos ... eu preferia biribá , Delcídio roía uma pupunha até os espinhos .

Praia ,  eu preferia Mosqueiro ; Delcídio ia para Salinas .

Delcídio é poucos anos mais novo do que eu ;   que sempre achei que ele ia longe . Como de fato foi .

Estudávamos num colégio da Almirante Barroso , ele frequentava a piscina da Assembléia .  Eu ia para os muitos igapós no entorno da cidade .

O Círio ,  eu acompanhava de longe , mas sempre contrito ... Delcídio não deixava por menos , fazia questão de ir na corda .

Meu tio - pai de Delcídio - votava no Coronel Alacid ( quem sabe , daí o prenome do Primo Delcídio ... Del Alacid ... quem sabe ...    ? ) . Já meu Pai - primo do de Delcídio , votava no Coronel Jarbas .

Delcídio pedia pato com o sumo da maniva . Eu , manissoba .

Enquanto ele comia  tucunaré  no leite de coco ... eu ....  casquinha de tracajá .

Lembro que quando tocava o Hino Nacional , criança , Delcidio já  botava a mão no lado esquerdo do peito e , não poucas vezes , lágrimas de emoção rolavam em suas faces .

Quanto à nossa vida de católicos ... nós dois quando meninos fomos coroinhas na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré - na Getúlio Vargas .  " Dominus vobiscus ... et com epsiritu tuum ... "

Já adulto , Delcídio emigrou para o Mato Grosso , onde fez portentosa carreira política.

Lembro que na última vez que nos encontramos , na minha casa de Icoaracy ,  botei para tocar o disco de Caymi : " Tomei um Ita no norte , e vim pro Rio morá , adeus meu pai minha mãe ... adeus Belém do Pará . "  Foi quando , mais uma vez , vi o primo Delcídio chorar.

Agora , no Ano da Graça de  2016 Delcídio   - em memorável delação premiada - não vai me surpreender :  seu coração - antes de tudo - pulsará brasileiro . Mais que isto : Paraense !

 Seu patriotismo há de ser  maior do que os laços que  a máfia transou para o Primo .

 Corruptos , tremei  !!! ... chegou a hora de um Amaral  falar !

Fala primo Delcídio  !!


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

Marcadores

abriram acariciavam-se acaso Adhemar África ajoelhar-se alcance Alegrete. alemão alma Almerinda amizades amor anônima antítese apartamento apresentação Aramis arataca Argentina argumentos arranjado asas Athos atracar atrevimento Austrália autor aviso aziaga balzaquiana banco bandido Banho barrigas-verdes Becerra Becerras Bicicleta bienvenidos binóculo biógrafo blusa Boca de Ouro Boca do Monte Bóldedalma Boleto bolso borbotões bordel Brasília Brown Cow Bank bruxuleante Bubi cabaret cabeça cabelos Caçapava cachorro cadeado cadeia calado calça de baixo cama campeia canalha capa-e-espada capa-pretas capital capítulo 1 capítulo 12 capítulo 13 capítulo 14 capítulo 15 capítulo 16 capítulo 17 capítulo 18 A capítulo 18 B capítulo 19 capítulo 2 capítulo 20 capítulo 21 capítulo 22 capítulo 23 capítulo 24 capítulo 3 capítulo 4 capítulo 47 capítulo 48 capítulo 49 capítulo 5 capítulo 50 capítulo 51 capítulo 52 capítulo 53 capítulo 54 capítulo 55 capítulo 55 R2 capítulo 56 capítulo 57 capítulo 58 capítulo 59 capítulo 6 capítulo 60 capítulo 62 capítulo 63 capítulo 64 capítulo 65 capítulo 66 capítulo 67 capítulo 68 capítulo 69 capítulo 70 capítulo 71 capítulo 72 capítulo 73 capítulo 74 capítulo 75 capítulo 76 capítulo 77 capítulo 78 capítulo 79 capítulo 80 capítulo 81 capítulo 82 capítulo 94 capítulo 95 capítulo 96 capítulo 97 carancho Carlão Carlos Gardel Carmem casamento casariam-se castrava Caverá cerveja cervejaria champanhe Chatô chefatura de polícia cidadezinha ciências humanas classe Claudia Cardinalle Colcabamba Com Chaveco complacente comportadamente confidenciou confraria confusão consumaria Coração corazón corredor Correio do Norte crise. Curunilha cusco D ´Artagnan D´Artagnan D´Orsay datilografia declama dedicação democraticamente desculpa desembarque destino determinar detetive Deus devastação diário de bordo dinheirama dinheiro Dionísio Dirceu disfarçou Dona Almerinda Dona Flora Dona Julietinha Dona Marica Dotô Doutor Elizabeth Taylor Emagrecido embolsar empreitada Encargo enganando enrodilharam equívoco Ernesto ERP esbaforida escolha escritos escuridão espalhar esquerdo estafermo estância estancieiro este blog estudos Eunuco ou Hermafrodita? Europa evidente F100 fazendeiros fechadura Federal ficção filosófico fim final B fineza fita flores fofocas fortuna Fortunas frigorificação fronteira fronteiriço furgão futuro galena gaudério Gauguin gente ghost writer Gian Giancarlo Giancarlo Petrucci gran- puta grávida gritando Gualter Guapos da Fronteira guarda-chuva Guilain guri herança hipotesis História honra horizonte Hulha imaginação independentes índio maula intensamente internacionales interrupção Ipanema irmandade italiano J. Proudhon Joaquim jogos de Eros Jorge Luis Borges jornalista José Amaral Judas Julietinha junção ladrão Lagoa da música lágrimas Lampião lembrar Leonel liberação lições Lisboa literária Livro lógica lolitas Londres Lotto Lua de Mel madrugada madura mafiosos Maranhão marido Mastroiani matador Mecenas Mediterrâneo memórias menino Mercedes mesa Milczarek missão moça moças molestado molhados monastério Mosqueteira Mosqueteiro mosqueteiros mulher mundo naba Namorada namorado navio negócio nosotros novo-rico novos mosqueteiros NRBZ nudez O Cruzeiro Oficial oficial italiano Old Parr olvidastes Oriental pagos paixão palavra Paniagua Paraguai. parente Paris pastor patrimônio Paulo Paulo Becerra pecuniárias Pedro pentear pernambucano perseguição Pio XII Pipoquinha pistoleiro Pituca plagas plata platônica Polaquinha polaquinha. portão Porthos Porto Alegre português Portunhol povo assassino. prazo Prendoca primeira Professor Pery promessa propriedade pulgas Pulo Becerra Punta del Leste quadradinha quebra-cabeças quéra Quita raça raros rataca Recife relógio remessas Renguiá República Oriental reunião Rio Rio de Janeiro Rio Grande roleta Roma RPGS Rússia Salustiano San Martin Santa Maria Sapiran segredos segurança Sem Chaveco Serra sessões Seu Salim Severino Sevilha silêncio Silvério sonhar Sul Taquarembó Tchê te amo tenente teorias tesouro Thaiti Toscana traído trampa tranquila transposto travesseiro Três Mosqueteiros única urdida urso-panda Uruguay Valéria Vaticano Velho Testamento verdade vereador viagem Vigo Vinícius de Morais Vinicius Gullar Violão Vira-Latas vitória Zé Manél