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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O novo sócio .

Não , tudo menos entrar para o Facebook .   Facebook era , para ele , uma escravização voluntária  . Facebook , isto não !
Naquele dia ele acordara bem dormido . Dormir bem dava-lhe pelo menos  a sobrevida  de mais um dia .  Botou a ração para o gato ,  tomou café  com pão e manteiga ... . No notebook  abriu os e.mails . Um deles esfriou-lhe a alma . Era o Facebook  mais uma vez  convidando-o   para se associar. Só que desta vez vinha com o nome dela  :   " Você  conhece estas  pessoas ...    ...   e  - pasmem ! -  dentre diversos ,  o dela  .

"  Mas seria ela mesmo ?  "
 " Quantos anos ,  meu Deus ? "
" Maria Pons...   só poderia ser ela ."  Mesmo assim , não  parava de perguntar-se :  "Como o Facebook  encontrou  algum nexo entre eu  e Silvia Maria Pons ?   Como ? "

Como sempre o Facebook exigia  que  ele ,  antes de  abrir  para ver   a  foto do   amigo  que o convidava  ...   ,  ... que ele aceitasse  expressamente  transformar-se num  novo  assinante do  Facebook  .

" Ah !  eles ,  com um sorriso nos lábios e um big-stick  às costas  " As tais  rede sociais  eram , para ele  uma paulada  no cérebro . " Mas e agora , o que faço ? "       Se  só depois de  concordar  em ser um novo  assinante  ele poderia  ter  a certeza  de que  era a mesma  Silvia Maria Pons da  sua juventude .   Se bem que não existe uma só Maria no mundo ... Mas Silvia Maria Pons  ...  era  impossível não ser ela  .

Num momento  tudo voltou  à  cabeça .  Aliás  como  disse  Fagner    :  " sentimento ilhado , morto , amordaçado ,  volta a incomodar ... " .

Correu à gaveta  ,  as mãos  trêmulas  ..  a foto .  " Aquela foto .  Os dois enrodilhados ...   praticamente encaixados um  no outro ...  .   " Por que isto  ??   E logo agora ... ?   "

Na verdade  ele sempre temeu  por aquele momento  ,  que  só agora talvez chegasse pelo facebook  "

Lembrou  logo  do que temia  ...   " e   se o Facebook foi buscá-la onde ela estiver ... será que eu aguentarei ... acho que sim ... Facebook é o fim .  Não !!!    Facebook  não  ! "

Mesmo assim lembrou-se de temores  que  cresciam  a olhos vistos  como  cogumelos venenosos  ...  "  será  que Facebook  jamais , mesmo ?    agora  já  não sei  mais nada ! Não quero pensar mais nisto , o Facebook  jamais a encontraria  ;   e se a encontrasse   , como ela  - mesmo  no Facebook -   iria  saber de mim , que  sequer estou no Facebook  ? "

Voltando  aquele  mesmo lugar   ...

" Apesar de tudo ,   parece que  o Facebook   encontrou-a . Parece que o Facebook encontrou-nos ... !! "    exaltou  a si  mesmo       "  Sim , estou perdido ... o Facebook  fez a conexão entre eu ,  entre a  minha pessoa ( repetiu )  e   Silvia Maria Pons  !    Mesmo eu não sendo associado  o  Facebook   descobriu-nos  !! " ...  gritou  fazendo  com que  subisse  a pressão  no  seu  cérebro .

" Talvez fosse pelos nossos cliques ; sim eles controlam  os cliques de todas  as pessoas do mundo , estando - ou não - no Facebook ! .   Como  gêmeos  univitelinos que  mesmo separados ao nascer  ,  clicam da mesma forma vida a fora  ...  "

" Clico , ou não clico ?   Abro  ou não abro   ? "
A  a tentação de saber   foi maior .  Abriu  !

Mas , não  era  ela  .      O  Facebook  conseguiu  mais um  assinante  .


Nda :  Os versos cantados por Fagner são de Cecília Meireles .

domingo, 29 de dezembro de 2013

Feliz Ano Novo !

Prezados e estimados Perseguidores .

Eis meu presente de Ano Novo :

No fundo do baú fui achar esta preciosidade  ( mas não estou livre de já tê-la mencionado antes ,  "Recordar é viver ... "  já disse o poeta )  :  Um verso ;   melhor diria , um piropo , do grande poeta mexicano Francisco A. de Icaza ,  1863-1925 ,  que viveu  em Espanha .  

O poeta ao ver  uma bela mulher passar , e   percebendo  que havia  um cego  nas proximidades  saiu-se com esta preciosidade :

" Dale limosna mujer        ( * )
que no hay en la vida nada
como la pena de ser
ciego em Granada . "


O mais puro galanteio ,  que também poderia ser incluído no  blog "  Com Chaveco"   (  porque  aqui no  Brasil diz-se que galantear  -  exaltar  a beleza de  uma  mulher naquele  átimo de tempo em que pela rua passa )  é "chavecar" .   Mas eu também  poderia anotá-lo no "Sem Chaveco" , porque é óbvio que o poeta esteve apaixonado - pelo menos , também por tal  átimo de tempo -  pela mulher que passava .

Como sonhar não custa nada ,  é  possível  que o poeta tenha pretendido  ajudar o cego e lisonjear a sua musa a um só tempo ,  e sem gastar dinheiro algum .   Enfim ,  mil  inteligentes ( e belas ) possibilidades  estão contidas nessas  poucas palavras . 

Quem sabe , sabe !


- Tradução livre :

" Dá-lhe esmola , mulher
Por que não existe na vida nada pior
do que a pena de ser cego em Granada . "

sábado, 28 de dezembro de 2013

9 - No Monastério de Bodedalma .

" Ah ! .... então estás botando as mangas de fora , hein ...  fazendo perguntas cada vez mais ousadas ...   como eu , isolado nestas montanhas na linha do Equador pude deixá-las  completamente ocas para depois instalar a maior concentração de contadores deste planeta ... . Na verdade estás certo ao afirmar que optei pelo isolamento , pela clausura deste monastério . Mas chega um dia em que precisamos falar com alguém de carne e osso ...  e nada melhor do que contar com um ser  desprovido de ambições maiores , consumidor que deve ser da mais abjeta junk-mídia .   Ou seja :  você é o ouvidor ideal para as minhas necessidades de comunicação vivo live .  Mas apesar disto tudo  tu conseguistes  ordenar uma pergunta lógica .   Vamos lá ...  sim , eu não teria  nenhuma chance de escavar  um vazio desta grandeza . Ocorre que não fui eu quem escavou este maciço ... foram  os artífices da bomba nacional . Sim , há mais de vinte anos baixou mais uma vez a megalomania própria dos aspirantes à  grandes ambições : a  que  nos tornemos uma grande potência atômica .  E foi ele , foi ele sim , foi ele quem mandou que a engenharia do exército perfurasse as rochas , buscando as mais duras para em tais galerias fixar as máquinas que nos tornariam uma potência atômica .  Só que no meio do caminho o Grande Tio descobriu  tais pretensões e com uma só ameaça fez o nosso Maioral  prometer de pés juntos que abandonaria o projeto da bomba H .  Ordenou mais : que  todos os buracos já abertos para a construção do complexo A  fossem  totalmente obturados , concretados  , inviabilizados para qualquer finalidade .   Aconteceu , porém , que - apesar de ter prometido - nosso Maioral  jamais cumpriu  a jura  .   Pouco a pouco uma nova floresta foi crescendo em volta do projeto de complexo atômico chegando a um momento que até os índios , a população local , todo mundo esqueceu-se destas  imensas cavernas .  Tornei-me  posseiro delas sem esforço algum .  Foi quando uma romaria quase interminável de helicópteros trouxe para cá  todos os contadores -  tudo sob as ordens  do pequeno país dos quarenta  trilhões ... "

" Pequeno país dos quarenta trilhões ... ?  o que é isto ? "

" É o meu cliente maior ... o que paga o feijão com arroz ... "

" A troco de que butiá ? "

" De muitos ... um deles é que somente eu , com  meus contadores ,  sei - no aqui e agora - quem  tem neste planeta quinhentos mil ...  "

" Quinhentos mil o quê  ,  Esplendoroso Bodedalma  ? "

" Ora quinhentos mil o quê ?     Sinto muito ,  Mondongo , mas eu já dei vazão à minha necessidade de comunicação .  Além disto é muito complicado falar com alguém que  necessita de que e explicitemos  o mais desnecessário  dos ditos  ... ora , ora ,  quinhentos mil o quê ... ?  "

Quer saber ... quer saber mesmo , por hoje chega  !  quem fala demais acaba dando bom dia a cachorro  ...  chega Mondongo ..  cheegaaaa !  "

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Um aviso .

Aviso aos navegantes deste " Com Chaveco " :

Esta série experimental ( No  monastério de Bódedalma ) foi iniciada equivocadamente no blog "Sem Chaveco "

Todavia , por ser uma ficção , e  é certo  que  o lugar das ficções é neste blog " Com Chaveco " ,  decidi  dar continuidade a tal estória neste  " Com Chaveco" .

Agradeço pela compreensão .

Links do blog "Sem Chaveco" com a série experimental "No monastério de Bóldedalma"

8 - No monastério de Bódedalma -

No terceiro dia de estada no monastério o peregrino foi novamente admitido ao Grande Salão de Bodedalma I  ; só que cometeu um erro que poderia ter-lhe custado a vida : na espera do Inefável ousou sentar-se no grande sofá ,  que tinha uns dez metros de comprimento ,  o qual Bódedalma  proibia terminantemente que  qualquer  traseiro , além do próprio ,  ali se abancasse .
Naquele momento uma voz poderosa , ultra-intensa  e super agressiva ocupou todo o volume do grande salão universal :  " Porque pusestes teu cu sujo em meu sofá  celestial ? "      disse o mandão , ao mesmo tempo que- disparava um raio de  sua pistola elétrica que  , mesmo  sendo de baixa intensidade ,  acertou exatamente no ponto visado por Bódedalma , chamuscando  a barriga  de Mondongo ?  "

Depois de soltar um grito lancinante ,  o peregrino ,   respondeu choramingando :

"ora por que ?    Não existe por aqui qualquer proibição de alguém sentar-se a teu lado , e como o que não é proibido é tacitamente permitido ,  eu  tomei a liberdade de pretender abancar-me o  mais próximo possível  de Vossa Sapiência ... "

" Você , como todos os nacionais deste país sempre confiando tão somente em normas escritas, em regulamentos, códigos ... ;  pergunto: e as diferenças sócio-culturais absorvíveis pelos costumes, pelas percepções que se sustentam no ambiente, ou mesmo no ar,  que  -  pela natural  compreensão do que seja certo ou errado, normal ou agressivo  aos costumes - é o único  elemento passível de nos igualar . Pergunto-lhe ,  pó de cupim :  e  toda esta aura que me diferencia de você ; tudo isto de nada serve ?   Toda esta ambientação  excludente  não é  bastante  para que te ponhas no teu lugar  independentemente  de qualquer outro aviso , seja ele escrito ou verbal ?   E , por fim ,  a estética que nos separa , nem ela  chega  a  fazer com que guardes  a distância  intuitível  que deve existir entre nós ? "

" Sim ,  Inteligência Rara  ; tens razão ,  mas mesmo assim a minha possibilidade de diferenciação do que seja real ,  daquilo que não o é ,   a minha pobre  capacidade  de poder separar o joio do trigo  na balança da personalidade  não chegou ao ponto de compreensão independente de normas escritas , ou mesmo verbais  expressas , e por isto peço-lhe o mais profundo dos perdões ... "

" Tudo bem , o momento é de conciliação e paz  ... estás perdoado ! "

" Então posso continuar perguntando ? "

" Digamos que sim ... "

" Lá vai !  ....   se és sozinho ,  se vives nesta ermida ,  se tens tão somente um castelão a servir-te ,  como podes ter carcomido esta cadeia de montanhas para nelas cravar a quantidade imensa de contadores  que permitem  que  desfrutes  concomitantemente do tempo e da razão ? "

- Segue -

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Boas Festas !

Aos meus antigos ,  mas também para os novos Leitores .

Hoje  somos cinquenta os que diariamente leem este blog  , espalhados por  muitos países em todos os continentes .

Por este meio concluí  que as idéias de alguém , por mais exóticas que sejam ,  com um universo tão amplo ,  sempre encontraremos vida inteligente do outro lado da linha .

É por isto que agora estou feliz , por ter encontrado vocês .

Boas Festas

José Amaral

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Eu quero ter um milhão de Amigos !

Prezados 155 perseguidores ! É com muita honra que registro o incrível número de leitores neste blog " Com Chaveco " - ( que , na gíria brasileira quer dizer : Com Mentiras ) . Lembro que temos também outro blog ao qual chamamos de "Sem Chaveco " - ou " Sem Mentiras " . O certo é que até agora tínhamos , no máximo , uns quarenta leitores ao dia . Mas agora , com um chamado up-grade dado por uma amiga ( Nadia ) , chegamos hoje ao incrível número de 155 leitores espalhados por quase todo o mundo : Brasil , Alemanha , Argélia , Argentina , Espanha , Estados Unidos , Malásia , República Dominicana e Servia. Como diria o nosso cantor popular maior, Roberto Carlos : "eu quero ter um milhão de Amigos !" Bom dia !
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