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quinta-feira, 27 de junho de 2013

68 - Julietinha e o Oficial do vapor . - Final B .

Um ano se passara e quatro remessas de valores tinham chegado do centro do país .  A maior parte deles seguira para a Europa , quantias de menor monta ficaram  mesmo na República Oriental .  Como Pituca previra  , os capa-pretas fizeram-se íntimos das moças do Boca de Ouro  .  O que Paulo não sabia  é  que  a  jovenzinha  , que praticamente amigara-se com  Silvério  o capa-preta chefe ,  fora  convidada  pelos Mosqueteiros a fazer parte do grupo . E  aceitara  juntar-se  à  D´ Artagnan  e  Athos  adquirindo  o codinome de  Aramis ; aliás , o único dos mosqueteiros que falava o idioma  Espanhol .  Assim ,  Aramis  recebeu  a promessa de que quaisquer  desapropriações , qualquer lucro vindo daquela sociedade, seria dividia  de forma igual entre os mosqueteiros .  Reviveriam  o   "Um por todos , todos por um " .
O certo é que a moça  era  nacional da República Oriental  e ,   se antes de pertencer aos Mosqueteiros  já se esforçava em agradar Silvério (  aliás , ele confidenciou-lhe numa noite  daquelas  que "Silvério"  era um codinome ;  que seu nome de batismo seria Dirceu  . Mas  foi  preciso  de muito uísque irlandês na cabeça  para que Dirceu  revelasse  este seu segredo  maior  )  agora ela  se aplicava  mais e mais nos jogos de amor .  Ainda  que  a jovem  exercesse  a  antiga profissão , é certo que ela  não o fazia  tão somente  por interesse  pecuniário .  Assim ,  ampliar os limites das possibilidades amorosas era não só um desafio na missão de agradar  totalmente Silvério ;  a verdade é que  uma possibilidade  - a de  trabalhar em prol do ideal do Mosqueteiros -  não anulava  a chance de  entregar-se aos prazeres que  quase sempre  co-habitam com os demais resultados práticos de seu ofício .   Aramis soltava-se  e  imergia  no clima ;  e , se proporcionava a Silvério tudo o que a imaginação do capa-preta  criava  ,  ela também aproveitava  a sede , misturada com fome mesmo  , com que o homem chegava ao Boca de Ouro .  Nada , mas nada mesmo , do que constava do menu dos amantes , fossem eles franceses , tailandeses , indianos ou de qualquer outra nacionalidade tida como íntima do erotismo mais profundo  era deixado de lado . Silvério trazia-lhe  fotos ,  cadernos  pornográficos com  as  posições eróticas mais  intensas para  reforçar os laços amorosos  , mas cuidava  de levá-los todos de volta quando  , quase ao amanhecer ,  seguia  para Rivera .  O fato é que  Aramis , com  Silvério , sentia  de verdade quase todo o prazer que exteriorizava ;  e  que  com outros clientes ,   fingia sentir .  Por isto , se  do seu lado Silvério  gemia sem sentir dor  em cima  Aramis  cortava o silêncio daqueles pampas só povoado de gado  bramindo de prazer.  Para  o bem de todos  , a moça convencera o capa-preta  de que  ele  nascera para dar prazer aquela  sua amante .  E  é bem possível que isto fosse verdade .   Só o que  Silvério não sabia , era que a mulher , além do prazer que proporcionava e desfrutava  -além disto - ela  ficava  com  olho de águia  nos hábitos  de  Dirceu   ;  como e onde  guardava as chaves da caminhonete que trazia o tesouro ,  por quanto tempo a quantidade  bebida  naqueles encontros  o mantinha  quase anestesiado  .   Todas as informações eram  passadas  para   D´ Ártagnan e Athos  .

Por sua vez , Paulo - o Pituca -  ao perceber que Silvério  caíra mais  e mais  o beiço  por Aramis  ,   aumentou  substancialmente o cachê  da  prostituta .  Ao mesmo tempo que lhe criara um problema  : quanto mais pagava ,   mais   informações sobre os costumes do capa-preta  exigia ; que , não por acaso , eram  os mesmos detalhes  que  D´ Artagnan  e  Athos  pedidos .

Aramis  , assim que pode , pediu uma reunião com D Ártagnan e Athos  para que os três avaliassem qual seriam as melhores  respostas  que ela teria que dar ao Pituca ,  que  em vez de aproximá-lo  da fortuna  que ambos os lados  disputavam ,  deixassem-no cada vez mais distante da dinheirama .


quarta-feira, 26 de junho de 2013

E "O Globo" afinou mais uma vez .

Prezados leitores !

Impossível deixar de registrar que hoje , 26 de junho de 2013 o principal jornal do Rio de Janeiro chavecou . Lembram o que é chavecar ?  É embrulhar a mentira para presente .

E não é que na  mesma manhã em que a polícia carioca mata dez pessoas o jornal O Globo  omitiu-se em registrar esta tragédia com a manchete maior da primeira folha . Existe , creiam leitores , obrigação do jornal dar o destaque maior  ( a manchete  maior , mais expressiva ) para o assunto mais relevante .

Rapidamente estamos chegando à Iraque . à  Afeganistão , à Síria , à banalização da morte por atacado .

Assim é que não existia no dia , na edição de hoje ,   um tema ( ainda que macabro , quando a polícia de Sergio Cabral mata dez pessoas  numa "Comunidade Pacificada " )  mais importante , mais pungente  do que registrar para a posteridade , com a  amplitude  e  grandeza  exigida  pela  magnitude  da tragédia , que dez pessoas foram mortas .

Mesmo assim ,  Globo praticamente repetiu a manchete maior de ontem  :  "derrubada da PEC 37 " .

Entre o chaveco  ( chiiiii  ....  não podemos  alarmar os gansos ,  não podemos  botar isto em letras  maiores ..... chamar mais  atenção do mundo , temos a Copa do Mundo , as Olimpíadas ) .  Ou seja :  O Globo reage como parte interessada , e não como jornal , que  tem a obrigação de dar  suas chamadas , suas manchetes , na exata proporção da importância da notícia .

Não , não adianta fazer  "mea culpa" , publicando em página inteira suas hipotéticas  novas intenções , jurar por Deus que nunca mais vai  alterar a ordem da notícia ,  não alterar a importância da notícia . Não adiantou  jurar  -  como os Marinho juraram -  que de forma alguma iriam  - no futuro - manipular  a notícia .

O "daqui para frente , tudo será diferente "  dos Marinho  era mentira , eis que posto a prova , O Globo age , e reage como o velho  O Globo :  chavecando a notícia , diminuindo-lhe a importância crucial .

O povo não é bobo !

Quem nasce para  O Globo nunca  chegará a El País .

sexta-feira, 21 de junho de 2013

67 - Julietinha e o Oficial do Vapor . Final B

Quanto à produção literária , Pedro Santiago vivia o melhor tempo de sua vida .  Estava terminando um livro de poesias  que dava ao ex-jornalista grande satisfação .  Julietinha engravidara , e recolhera-se ao lar em razão  de que os médicos de Boca do Monte prevenirem  que sua  gravidez era de risco em razão de que  a gestante já  tinha uma certa idade ,  o que  poderia ampliar as complicações possíveis na gravidez .

Quanto  às  estâncias ,  percebia-se que Bandido fazia todo o possível - na verdade , quase o impossível -  para que as propriedades  dessem resultado econômico positivo .  Ainda que não comentasse , por diversas vezes  Bandido lançava mão de suas reservas  conseguidas em muitos anos de trabalho na Austrália .
Tudo para que  Pituca  tivesse a segurança econômica que -  em  derradeira análise - garantiria todo mundo.    E , quem sabe , muito especialmente ,  o futuro  dele e  de Almerinda . Bandido sabia que se a mesada de Pituca , que equivalia a dez mil dólares mensais,  tivesse a regularidade de relojoaria européia tudo seguiria conforme estava planejando . O certo é que pouco a pouco  Bandido passava a ser o senhor de todo  império dos Becerras.  Lembre-se mais uma vez que Bandido era de verdade uma pessoa honesta , polida  .   - e  , se  não fosse pouco -  de impressionante bom humor .

Almerinda assumira  a gerência da casa dos Becerras,  em Boca do Monte ,  e cuidava de Julietinha como só as mães cuidam das filhas quando prenhas.

Quita , que era solteira ,  e  que  praticamente já era uma pessoa da família ,  foi para o apartamento de Pituca na capital onde fazia de bom grado toda a lida doméstica  liberando  Valéria para dedicar-se toda para os cuidados e necessidades de Pituca .

As chegadas de remessas , do Rio  para Rivera ,  tornaram-se habituais ; ainda que  entre uma e outra  transcorressem  dois ou três meses .  Pituca  , que vivia muito bem com a mesada que Bandido lhe enviava ,  liberara  entradas das participações no contrabando de dinheiro ,  para a formação de uma poupança lá no país dos queijos furados .

Julietinha  recebia a metade do que Pituca .  Bandido a convencera que a outra metade estava sendo capitalizada contabilmente a seu favor .  Na verdade  Bandido  , só com os resultados das estâncias , não conseguiria  pagar à Julietinha o mesmo que mandava para Pituca .

Enfim ,  o núcleo  familiar  Becerra/Santiago saboreava um raro apogeu que poucos clãs um dia alcançam .

Quanto aos capa-pretas , pouco a pouco eles acostumaram-se a  aceitar a parada , que cada vez era mais demorada ,  no  Boca de Ouro .  Cada um deles  já tinha a sua favorita , que jurava que esperavam-lhes  fiéis  ,   mentira esta que reforçava consideravelmente o cachê , já que - pelo menos em tese - teria que aguentar até a  próxima  vinda de seus , digamos , sultões cariocas.

Já  Paulo Becerra ; ele ,  no mais completo silêncio , preparava a surpresa , que era a de  apropriar-se  de uma das remessas .  De preferência uma das maiores .  E depois ,  ( quem sabe ?  )  , ganhar o mundo com sua polaquinha . 



 ,

quarta-feira, 19 de junho de 2013

66- Julietinha e o oficial do vapor - Final B .

Paulo Becerra ainda  estava  ( como ele gostava de falar  )  de pau dentro , quando lembrou-se de tocar no assunto tão adiado :  " Polaquinha  ....   temos que conversar seriamente "   , mote que prontamente apartaria qualquer  junção.

Valéria : "  Fala logo ... o que tens a me dizer ... ? "

Pituca : " É que eu tenho pensado muito sobre nosso futuro . Se de um lado a entrega das estâncias ao  Bandido foram um  completo acerto ; por outro ,  temos que  decidir  sobre se iremos trombar com a sociedade preconceituosa de Boca do Monte .   Não é que um filho da puta espalhou  por lá que tu já  tinhas trabalhado na Gruta Azul !   Vou ser sincero ... este é o motivo de eu sempre resistir em , de uns tempos para cá ,  visitar  Boca do Monte ...

Valéria : "Eu já  tinha notado que algo havia ... Mas lembre-se , Paulo Becerra ... tu és um homem livre  para decidir o que for melhor para ti ...  se eu saí uma vez de tua vida , posso fazer o mesmo novamente  , basta que tu estales os dedos  e já me verás pelas costas ... "

Pituca que  alem de ajoelhar-se ante a mulher amada  começou a chorar quase que convulsivamente, balbuciou  : " Não é isto , não é nada disto ...  o que eu quero é decidir , contigo junto de mim ,  se vamos ...  se nós dois vamos enfrentar aqueles  miseráveis  de Boca do Monte , ou vamos bater nossas asas para viver em outras plagas ... é isto que temos que decidir agora . "

Valéria : "  Se é assim ,  se me queres de verdade a teu lado ,  honra a tua palavra de homem que eu mantenho a de mulher .   Como tua  esposa  te seguirei por onde fores ,   e feliz  da vida  por estar  a teu lado . "

Pituca  exultou por dentro  e  agradeceu  pelas palavras sinceras de Valéria .

terça-feira, 18 de junho de 2013

65 - Julietinha e o Oficial do vapor . Final B

Algumas certezas os dois  tinham .  A primeira era quanto ao motivo  do alivio monetário que planejavam ;  ele  teria que ser tão justo quanto  possível fosse  um furto assim ser  .  Também não restavam  dúvidas de que o dinheiro que queriam  já  tinha a sua origem criminosa esclarecida , ao contrário de outras cadeias de roubos que perdiam-se  aos  serem  por um outro meio , branqueadas . Neste caso , não .   A quantia   viria para  suas mãos já na terceira ; ou ,  no mínimo ,   na  segunda geração de roubo .  E , embora uma delas ainda permanecesse  no campo  das  hipóteses , das possibilidades ,  as  outras duas  eram  pacíficas .  A primeira  desapropriação ilícita  deu-se quando da obtenção da grana  pelos construtores  (  ou mesmo pelos  políticos  que ganhavam porcentagens dos valores pagos pelas obras de Brasilia  )  eis que tendiam  ao infinito  as formas de se roubar na construção da capital .   O segundo elo do roubo poderia  muito bem ser aquele praticado pelas células terroristas - ou revolucionárias , dependendo do lado de quem  olhasse a requisição do dinheiro .   Apesar disto ,  é certo que o rigor lógico de D´Artagnan   fazia com que a dupla desconsiderasse  a  hipótese da  certeza  de que aquele dinheiro passara  de verdade pelas mãos dos oposicionistas radicais , o que ainda estava só no campo das  probabilidades .    O fato é que  não havia  segurança  de que aqueles dólares que chegariam  tinham  sido saqueados  - como os outros  - pelas alianças revolucionárias , que diziam  pretender dá-los " a los pobres de la Tierra" .  Já a terceira geração de furtos aconteceria quando Paulo Becerra desviasse para si uma das dinheiramas que vinha para a República Oriental  - a que , pelos planos de D´ Artagnan  - deveria por eles ser aliviada.   Por isto , era certa  - para D ´Artagnan  , pelo menos -  a necessidade de que Paulo Becerra teria que entrar na posse do tesouro , ainda que fosse por poucos momentos .  Só assim estariam satisfeitos os requisitos auto-impostos  :   de certeza de que , pelo menos ,   dois roubos  sucessivos  dariam  a mais plena convicção de que teriam , no mínimo  , duzentos anos de perdão , tempo que branquearia  a grana  até  mesmo em relação às vidas de  seus descendentes  .  Aramis , mesmo sem entender muito dessas  exigências , também  convenceu-se  sobre  tais  necessidades filosóficas  originadas na  enorme  importância  que D´Artagnan  dava  ao fato de que o que praticariam  jamais  poderia ser classificado como  roubo  , furto , ou mesmo apropriação indébita  .   Sim , para D´Artagnan   eles ,  tão somente ,  descobriram - e poriam em prática brevemente  -   um jeito de se obter a propriedade  numa de suas formas  isentas de eiva :  quebrar  uma cadeia  de roubos  resultando em  que  a  gaita  voltasse  à mãos limpas  .   Tão  importante quanto a  própria expectativa  de uma  vida  futura abastada ,  era  ter a certeza  de que a  origem  disto era lícita .

 Teorias a parte ,   Athos  perguntou :  " E  com  qual  partida  de dinheiro que  iriamos  trabalhar ? "

O que já estava resolvido na cabeça de  D´Artagnan  foi comunicado ao sócio :  "  Com a  mesma  que Paulo Becerra  pensa  embolsar  "  .


64 - Julietinha e o oficial do vapor - Final B

Bandido decidiu fazer um projeto igual ao que fizera  na Austrália :  plantar videiras  francesas  ; agora ,  com castas de uvas já adaptadas ao hemisfério sul . Para tanto usou seus contatos feitos quando ainda trabalhava para Tião .  Junto  com a plantação de parreiras foi também fazendo as instalações para a produção de vinho de qualidade .  Dentre tantas escolhas ,  já  pensara em não usar tonéis de carvalho para o envelhecimento do vinho ; mas sim , valer-se das novas técnicas , iniciadas no hemisfério sul ,  de  jogar pedaços da madeira dentro dos  reservatórios do vinho - que seriam de aço -  promovendo a impregnação do  sabor deixado pelo carvalho , mas sem os custos de , a cada  safra ,  ter que adquirir  tonéis  de verdadeiro carvalho .  Seria uma tentativa de preservar alguma qualidade , ao mesmo tempo que diminuiria os custos .

Paulo : " A tua ideia é excelente .  "   Mas será que não poderíamos ,  antes mesmo disto tudo estar pronto;  e como estamos na fronteira , antecipar a nossa produção trazendo vinho da Argentina ,  e , por que não ?  ,  da  República Oriental ... "

Bandido : "  É que eu queria fazer  as coisas de modo direito , menino Pituca .  Eu sei que trazer vinho da Argentina por meio de contrabando  anteciparia  a entrada de dinheiro   Mas a minha intenção é formar  uma nova fonte de renda ,  não só para a tua estância ; mas  - com a experiência que adquiri na Austrália -   criar uma alternativa de ocupação da mão de obra ,  que agora depende basicamente da pecuária . E se a pecuária dá algum lucro para os estancieiros ,  sejamos francos , para a peonada ela é um desastre .  Já  a  videira é diferente  ;  com  vinho ,  com sua indústria , o ciclo todo garante emprego  para muita gente .  E se nos voltássemos para o contrabando ,  o negócio seria só  mais um tipo de ilegalidade  por estas  plagas ..."

Paulo : " Me desculpe ,  amigo velho  ;  me desculpe e segue  este projeto como tua vontade mandar .. .  Mas , mudando de assunto , eu quero dizer que resolvi mesmo não vir para Boca do Monte com a minha Valéria .

E mais ,  estou pensando seriamente em fazer um longa viagem , para muito  longe  mesmo ....  Para tanto , estou pensando em deixar para ti um mandato , uma procuração , a  mais ampla possível para que possas ,  amigo Bandido , fazer tudo o que for preciso para dar continuidade às tuas idéias ,  aos teus muito projetos ... como vens fazendo ... melhor , muito melhor do que eu próprio .   Só que  mandando  uma mesada , tão generosa quanto possível  fosse , para  eu e a  Polaca  termos  como  curtir  a vida  lá onde estivermos "   Como sempre  nestes momentos ,  Paulo explodiu numa gargalhada de sincera admiração ao amigo .


segunda-feira, 17 de junho de 2013

63 - Julietinha e o Oficial do Vapor - Final B

"  Eu fiz como tu pedistes ... segui o Pituca sem  ser notado ....  na verdade ele foi à  Rivera para conversar com o Sr. Paniágua , do Banco da República . Sentei de costas para  eles na cervejaria  . Não me notaram .   Paniágua conhece Pituca desde guri . Era ele quem gerenciava as contas do pai , e mesmo quem pagava-lhe  o que recebia das exportações de couro .   Mas agora me pareceu que o Pituca quer  mesmo é saber como funciona o recebimento de dólares  que , como disse Paniágua  , estão chegando aos  montes , com medo de que as esquerdas  ganhem  importância  e - como fizeram com os dólares do Adhemar -  passem a perseguir e assaltar  estas nova fortunas  nascidas das grandes negociatas com a construção de Brasilia . "

" Bem dizem que cachorro que come ovelha ... só matando .  Parecia que o Paulo Becerra tinha se emendado , que deixara de lado as espertezas , as sociedades criminosas que sabemos que ele sempre teve ... e agora ele aparece perguntando sobre estes descaminhos de fortunas para a República Oriental ... "


Os dois homens eram íntimos ,  e  ficara claro que ficariam  "hojo ! "   com Paulo Becerra .    Ambos pareciam  totalmente dispostos a descobrir  totalmente o que passava na cabeça do Pituca .

sábado, 15 de junho de 2013

62 - Julietinha e o Oficial do vapor - Final B

Paniágua :  " Don Pituca ,  continuam  a llegar  volumes  fantásticos de dólares . Dicen  que la primeira llegada  seria mismo  de un  grande  asalto  a  la  casa da amante de um  político , de mayorales .  Mas  ahora   otros tesoros estarian  llegando ,  no total  fueran  quatro las  partidas en  dolares ...

Paulo Becerra  respondeu como se nada soubesse de tais fortunas : " Mas é comum este contrabando de valores tão altos ? "

Paniágua : " La cosa son por ciclos .  Cuando  las personas desconfian  - en Brasil o en Argentina -  de que algo no esta bien en la seguridad ,  o  en la politica ...  entonces  ellos  hacen  verdaderas romarias,  que llegan por las mas distintas formas  y medios de transportes .

Paulo : " E porque somente em dolares ... ?

Paniágua : " Es evidente , Don Paulo Becerra ...  la moneda americana minimiza fantasticamente el riesgo ... basta que la persona - no caso , las personas - consigan  reconocer  la plata verde , si es falsa , o verdadera . .  E esto nos es asi tan dificil .  Los ojos y el  tato  aún son  los mejores instrumentos ... . Es que los falsficadores de dolares  no conseguiran  , todavia ,  hacer  el relevo que la tinta  imprime   nel  papel  moneda  es un  excelente indicio que el  dolar es verdadero .   Aun que  no  se tenga  certeza  de que es  cien por ciento  veraz   (  mire que  de las  falsificaciones  colombianas son casi perfectas )   pero , asi mismo   , es casi  imposible que una persona  comum  , pero entrenada ,  no descubra una nota falsa en centenas  de otras verdaderas .  E mas importante : para nosotros , con la tradicion  inflacionaria que tenemos ,  el dolar  americano llega a ser  tambien  una  vacuna  contra  la inflacion .   Aqui  en la Republica  Oriental  tenemos  esta modalidad de  depositos , que son las cuentas en dolares americanos . Asi , despues  que la guita llega acá    ganan ustedes , gana Tio Sam  que solamente gasta tinta e papel  e  lleva para norte-america casi toda la plata ... ganamos nosotros que recibimos  estes regallos para nuestra economia ... gana todo mundo ,  niño   Pituca ...   "     Disse  o banqueiro Paniágua ao mesmo tempo que abria-se numa gargalhada .

Paulo : "  Se es asi  ,  Don Paniágua , eu estou pensando em .... quem sabe .... vender uma ou outra propriedade para   trazer la plata para você . As coisas parecem que estão se complicando  la na minha terra ...  e na vida  sempre temos que ter uma alternativa ... um segundo plano ...

Paniágua : "  Solamente no te olvides de que hay que pagar nuestras comisiones  y  pequeñas tajas ...   desde que no te olvides  desto  , puedes traer  hastá mismo todos los dolares  de la construccion de Brasilia  ...

Uma coisa ambos não sabiam .... que  , também estava ali com eles ,  nas mesas da calçada , da cervejaria da  Calle General  Artigas , mais precisamente na mesa de trás à que estavam sentados ,  um  brasileiro  com  seus  60  anos que , usando  roupas  típicas de  gaúcho uruguaio ,   parecia ler  um jornal  da República Oriental ,  que ,  tomando  cerveja  passava  totalmente despercebido de que era um  espião que , além de ouvir ,  rabiscava algo num bloco de anotações .

Mas  plantado por quem ?

Afinal  , quem seria  o espião ,   de quem estava ali a soldo  ?



quarta-feira, 12 de junho de 2013

Aos meus 23 leitores humanos .

Prezados Leitores !

Mesmo sabendo que a maioria de meus "leitores"  são  máquinas rastreadoras  de  mensagens eletrônicas  informo aos demais  que vou continuar com este blogue  ( o "Com Chaveco" )  . E qual seria a razão de "continuar com este blog"  ?

Eu mesmo respondo :  É que , excluindo as leituras de rastreamento,  ainda me resta um grande (  para a singeleza de meu blog )  número de leitores neste planeta Terra  .  Esta quase- ficção  sul-americana (Julietinha  e  o Oficial do Vapor )  teve ontem 39  leitores na Russia ,  4 na Holanda ,  2 na Alemanha , 1 no Brasil  e um no Reino Unido .  Eu poderia agora mencionar os autores de literatura de tais países - os literatos de tais nações -  para  demonstrar  a validade de meu blogue . Sim , russos , holandeses , alemães ,  brasileiros e ingleses teriam muitas alternativas de leitura  dentre seus próprios escritores , mas - modéstia a parte - deram-me  a  honra .   Assim ,  afirmo  que ser lido por  23  pessoas  ( vide abaixo esta conclusão )   faz  com que eu continue tentando não decepcioná-los , que  continue escrevendo esta quase-ficção sul-americana .  Se os computadores estiverem mesmo - como eu penso -  vigiando  todas  as  comunicações -  pouca  importância isto gera para o objetivo final destes escritos .

Imagino que 47  "visualizações "   representem  mais ou menos uns 23  leitores .  Isto porque é admissível que cada um "entre" duas vezes em cada texto .  Como se diz por aqui ... desgraça pouca é  tolice .

Já com o outro blogue ( para quem não sabe , tenho - ou tinha - outro blogue ,  o "Sem Chaveco"  )  as coisas são diferentes . Ali eu dou opiniões políticas , e também sobre costumes .   Ou seja :  por óbvio : o " Sem Chaveco"   é   "sem ficção"  ;  e ali   ser  ali  bisbilhotado representa  algo de ruim ,   eis que eu não escrevo o "Sem Chaveco" para ser  espionado .   Mas este   "Com Chaveco"  , ele  pode ser  vigiado sem maiores sentimentos de culpa .  Talvez porque  a parcela que dedico ao "não-ficcionismo"  por aqui  seja  plenamente admissível de leitura exclusiva de  robots ; já com o "Sem-Chaveco" é diferente  ...  ali tudo é  para ser verdadeiro .  Resumindo :  as ficções  podem ser espionadas ;  mas  quando escrevo minhas verdades , elas não deveriam  servir para  espionagens porque, neste caso específico , o leitor deve ter consciência .  E  computador  - assim como  seus esbirros  -  não a tem .

Assim ,  em homenagem  aos meus leitores humanos  digo que este  blogue (  assim como  outras histórias igualmente ficcionais que me vierem à mente )  continuarão sendo  mostradas .  A menos que eu perceba estar escrevendo quase-ficções somente para robots . Aí terei que decidir se vale a pena falar só para uma cyber-platéia .  Mas enquanto  eu  certeza  que estou sendo lido  um leitor comprovadamente humano ... o show continuará.






segunda-feira, 10 de junho de 2013

60 Julietinha e o Oficial do vapor - final B .

Pedro não parava de pensar ...  o que  Paulo  quis lhe dizer quando  falou  que  "  para que as coisas permaneçam iguais , é preciso que tudo mude "  ?

Sim , pelo que Pedro sabia de Pituca , algo estava para acontecer .     Como numa fita gravada as palavras do cunhado voltavam-lhe à cabeça ...

"  Pedro  , quem poderia dizer que eu próprio , que  ajudei a  polir as pedras destas ruas com meus passos sempre diretos ,  sem  indecisões ,  hoje não tenho ânimo de trazer para a minha Boca do Monte a  mulher que escolhi  para a vida toda  ..."

"  Isto vai passar ...  a Valéria  - que hoje é rejeitada , vai cair nas graças de uns  e outros e com o tempo  tudo estará esquecido , ela  será aceita  e respeitada  como todas as  mães  de  família  bocamontenses  .... "

" Não Pedro ,  eu não posso permanecer  nesta pasmaceira .  Na verdade , estou pensando  em renunciar a isto tudo , aos que desviam o olhar quando passo ,  os  que  pelas pelas minhas  costas  dizerem .... la vai o guampudo  do Pituca ...  .   Cunhado  , eu vou tratar da  minha vida , olhar para frente , respirar  novos ares ... mudar a minha vida para continuar sendo feliz com a minha pipoquinha ,  a polaca que tanto me faz feliz .  E estejas certo que  não sairei daqui   com uma mão na frente outra atrás ....  Sei que a corrupção campeia lá no  planalto central .   É dinheiro  roubado da nação ,  e  - cá para nós -  ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão .... "

Deitados , Pedro  acariciava a mulher  ao mesmo tempo que perguntava     " ...    O que será que está  se passando pela cabeça do Pituca  ? "

"Meu querido marido , Pituca teve  demasiadas responsabilidades quando ainda era um  guri .... agora,   que já não precisa  ficar com tantas preocupações na cabeça , e com a cidade toda falando mal da sua Valéria ,  ele  dá asas a imaginação ... viaja mentalmente para outras plagas para as quais sonha poder levar a sua amada . "

" Só que o Pituca nunca foi de sonhar em vão .  Para mim , atrás destes falsos delírios ele tem um plano bem montado .... não é a primeira vez que ele diz que a corrupção amplia o poder dos burocratas a níveis nunca vistos .  Com estes argumentos , estas desculpas , ele  parece  criar  um álibi prévio  para  algum arte que tem em mente . "

"Pedro ... "   diz Julietinha       "  isto é próprio da nossa gente .... reclamar  ... gritar  ... o próprio   Sepé  Tiarajú  um dia gritou  do alto da coxilha para os invasores    .... "Esta Terra tem dono ! "  , e , no entanto ,  espanhóis e portugueses tomaram-na até a última légua  sem nada de mal acontecer-lhes ...    assim será com o Pituca ... vai reclamar muito , mas  voltará  com sua  amada para Boca do Monte mesmo  ....  e   tudo se acomodará ...  "







terça-feira, 4 de junho de 2013

59 - Julietinha e o Oficial do vapor - Final B .

Paniagua :  " Don  Pituca ,  hablo para usted,  que conosco desde la  llegada  a la vida :  Hacem quinze dias que llegaron  muchos millones de dolares .  Por aqui dicieron que  era plata de uno de los mayorales de Brasilia ... "

Paulo Becerra :  E quanto dinheiro chegou , Senhor Paniagua ?

Paniagua :  Bien , son cosas que no se puede hablar , mas como es para ti ..... llegaron diez millónes de dólares ...

Paulo :  Mas como uma cidade pequena como esta pode receber tamanha fortuna ...

Paniagua :  La Republica Oriental tiene sempre dos clientes alternativos :  Brasil  y  Argentina .  Asi ,  que la plata llega y sigue para la capital  ....

Paulo : Mas se ela tem que seguir para o país  dos fondues  .... como  vocês mandam o dinheiro para a Argentina .... não posso entender isto ,  senhor Paniagua ...

Paniagua :  Es la  bicicleta .... Pituca .... es la bicicleta ....

Paulo :  Bicicleta ....  ?

Paniagua :  Entienda de una vez :   Por hipotesis  un amigo  mio  del  Portugal  deve  plata  a mi .   Usted  llega aqui e dice : " tengo esta plata para mandar para Manoel  en Portugal " .  Yo  aviso  a  mi  devedor  en Portugal  :  "del dinero  que usted  me deve , favor entregar-lo   10.000  al senor  Manoel " .  Mira  que la plata  en especie no sale de aqui para   Portugal .  Existe de fato  una compensacion  internacional de plata , pero sin que obrigatoriamente  ella  viaje  hastá el pais de su entrega .  A isto llamamos bicicleta .   Asi que los millones  de Brasilia fueron mismo para la Argentina ,  pero  fueron tambien liberados en Europa para  la cuenta  de Manoel  , sin que  un cent  se perdese nel camino .

Paulo : Quer dizer que se eu ganhar na loteria lá no Brasil e trouxer uma montanha de dinheiro para o senhor ele seguirá para onde eu quiser ?

Paniágua :  Tambien sin que un  cent  se pierda ,  senhor  Paulo Becerra .  Ahora  usted puede ganar a su voluntad en la quiniela  que nosotros  mandamos para onde quieras !

Paulo : Gracias , Señor Paniagua , muchas gracias .  Volto agora para minha terra para apostar na Lotto !






sábado, 1 de junho de 2013

58 - Julietinha e o oficial do navio - Final B

" barra  ponto  ponto  ponto             ponto  ponto          ponto           barra  ponto
ponto  ponto  ponto  barra                ponto                barra  ponto          ponto  ponto
barra  ponto  ponto           barra  barra  barra                 ponto  ponto ponto "

Assim mesmo !   O combinado era que Paulo Becerra  mandasse esta mensagem  :  "Bienvenidos "  para  as pessoas que chegariam com o dinheiro para entrar fronteira adentro da República Oriental .

Antes disto Paulo Becerra  , o Pituca ,   fora com Valéria para Punta del Leste .  Deixara a mulher por lá com dinheiro para ficar  muitos dias  e disse que tinha um negócio demorado para  fazer .   Chegou a Punta com três dias de antecedência , três dias de pau dentro , como ele dizia caindo logo depois na maior gargalhada .

Ele decidira trazer as mais chinas mais belas  que achou  nas cidades vizinhas  e  as colocou  no  Boca de Ouro ,    que era um  puteiro  que ficava por onde deveriam passar , já  nos caminhos de fora da estrada  asfaltada .   O plano  era  recepcionar os  convivas  com um  churrasco ,  cerveja e vinho e  , se eles  se engraçassem  com alguma china , deixá-los a vontade .

O trato era aquele : "bienvenidos "   em código morse ,   passado por Paulo  com o  facho da luz  da  lanterna .   Além disto ,   Pituca  deveria estar desarmado .  Tudo deu-se assim  mesmo . 

Na hora aprazada -  uma da manhã -   apareceu  o vulto de um  carro  , que parou  no quilômetro  362 .   Paulo  pegou a lanterna  e , lendo  a mensagem  em  morse previamente  anotada   passou : " bienvenidos " .

Pouco a pouco  a  F100  chegou   perto ;  dela saindo três caras - todos vestidos de preto - que mal cumprimentaram Paulo Becerra .

" Sou de Paz ! "   disse  o  gaúcho .

Abriram a porta e Pituca  entrou no lugar vago da frente .   Poucas eram as palavras trocadas  ,  até que a luz vermelha  do   Boca de Ouro  apareceu  . Foi quando  Paulo propôs  que parassem para merendar . Quanto ao  automóvel  de  Paulo  , este  já  ficara  junto a  choupana  de um  camponês  , talvez por acaso , conhecido  do  Pituca .

Enfaticamente os capa pretas   negaram-se  a parar .   Um deles , porém , ficou longamente olhando para uma  das  chinas  que , só de calça de baixo  e corpinho ,   aparecera  na porta  do bordel .  A moça era verdadeiramente bela . Muito bem torneada ,  com ancas  bem definidas, de boa  parideira .  Ambos  , por um momento amplo  não conseguiram  livra-se  das  grossas correntes de  um olhar feito de desejos .  Assim foi até que a  completa escuridão os  separasse de vez .   De dentro  da casa as rizadas  e a algazarra  do chinaredo chegavam  até  a F-100  , fazendo com que a feição dos  capa-pretas se  desanuviasse  um pouco . Mas bastaram alguns  metros  da caminhonete  rodando para que a tensão voltasse quase  em dobro . Era que daqui a pouco tempo  eles atravessariam a fronteira ,  e sabiam que a polícia da República Oriental  era conhecida pela violência no trato dos  meliantes .  Além disto , qualquer arreglo  que  fosse necessário  passaria  - inexoravelmente -  pela perda de toda  a  preciosa  carga  que estava ali atrás .

Duas horas depois  entraram  na estância de  Pituca , que tinha um pedaço em cada país  para facilitar o contrabando , que estava totalmente deserta.

Noite alta ,  já  eram  cinco  horas da madrugada quando abriram  uma  porteira  apodrecida  , que dava numa rua de terra já  na República Oriental   .   Ainda de madrugada todas  as oito caixas foram rigorosamente  entregues   pelos  transportadores  a  quem indicado  . A  placa na porta do banco  mostrava  que seu nome  ,  o nome  do banco ,  era tão somente uma sigla  , sem que as letras - por elas próprias -  formassem uma palavra qualquer .

Com Paulo  indicando os caminhos , atravessaram a rua que serve de fronteira aos dois países  e estacionaram  a F-100  em frente ao hotel.  Pouco a pouco os bares iam abrindo as portas , e agora , todos aliviados foram encompridando  as frases  direcionadas a Paulo .

" E aí gaúcho ,  ainda temos que voltar lá para pegar o recibo . "

Paulo :  " não vai ter problema ,  os orientales são gente correta quando outra alternativa não lhes sobra . "

Paulo  despediu-se  em Santana do Livramento ,  logo depois  de passarem  pelo  posto  da  Polícia Rodoviária Federal  ,  onde  - logo adiante -  já  era esperado  por outra caminhonete .  Pituca foi rigoroso  ao anotar  as características  do  auto transportador  do tesouro .  Anotou  na cabeça  a  cor ,   a  placa  e tudo mais sobre uma  identificação , ainda que superficial ,   da F-100  .

A última  coisa que fizeram os capa-pretas foi  entregar  um pacote  muito bem embrulhado  ,  ao que Paulo respondeu :  vocês sempre serão  bem-vindos a estas minhas plagas .   Apertaram as mãos , mais um meio abraço em cada um deles - afinal viveram juntos grandes riscos e  fortes emoções  .  Foi quando   cada um  tomou o seu rumo .  " Boa sorte , Gaucho !  "  Foi a última coisa que ouviu  .   "Buenas !! "  , respondeu .

Paulo , como já havia planejado , foi até Don Pedrito  , onde e  pegou o seu automóvel , trazido por um dos  Guapos da Fronteira  que estavam espalhados por todos os  pontos importantes onde passou ,  mas voltou  a  Rivera  onde ,  quase ao meio dia  fez uma ligação internacional para o Hotel  no Rio de Janeiro onde Zé Arataca estava hospedado .  Foi  quando  perguntou a Zé Arataca se tudo estava bem ;  ele respondeu que estava muito feliz , elogiando muito o profissionalismo  , a correção  do trabalho  de todos .   Despediu-se  dizendo que tudo levaria a crer que falaria com Pituca  mui brevemente .   Para Pituca , cerravam-se as cortinas do  ato .

Paulo abriu  o pacote e contou  somente as  cabeças  dos magotes de dólares .  Tudo  aparentemente certo. Voltou para Santana  do Livramento . Pensou  em depositar o dinheiro no banco de Paniagua mas rapidamente mudou de ideia : seria um sinal preciso de que estava metido na grande operação  da madrugada anterior .  Encheu o tanque da  caminhonete e  foi até sua estância - a  Cruzeiro do Sul -   que era  a de onde  atravessaram a fronteira para a República Oriental na madrugada  anterior .   Não  sem  agora conferir  uma a uma das notas de dólares . Tudo certinho .  Guardou-as  bem guardadas as notas que somavam  duzentos e cinquenta  mil dólares  , deixando no bolso nada menos do que cinquenta mil dólares .

Pensou  no  quanto seria o razoável  para   uma comissão elo  trabalho  que fez .  Uns cinco por cento do valor transportado era  o comum .  Se este padrão de  normalidade  viesse a se confirmar  teria levado para o banco das siglas enigmáticas nada menos do que  seis milhões de dólares .

Com tais pensamentos na cabeça  começou   naquele  mesmo  momento  outra viagem , agora  para  Punta del Este onde lhe esperava  a mais linda de todas as mulheres :  Valéria ,  a sua  pipóquinha polaca .






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