Não , tudo menos entrar para o Facebook . Facebook era , para ele , uma escravização voluntária . Facebook , isto não !
Naquele dia ele acordara bem dormido . Dormir bem dava-lhe pelo menos a sobrevida de mais um dia . Botou a ração para o gato , tomou café com pão e manteiga ... . No notebook abriu os e.mails . Um deles esfriou-lhe a alma . Era o Facebook mais uma vez convidando-o para se associar. Só que desta vez vinha com o nome dela : " Você conhece estas pessoas ... ... e - pasmem ! - dentre diversos , o dela .
" Mas seria ela mesmo ? "
" Quantos anos , meu Deus ? "
" Maria Pons... só poderia ser ela ." Mesmo assim , não parava de perguntar-se : "Como o Facebook encontrou algum nexo entre eu e Silvia Maria Pons ? Como ? "
Como sempre o Facebook exigia que ele , antes de abrir para ver a foto do amigo que o convidava ... , ... que ele aceitasse expressamente transformar-se num novo assinante do Facebook .
" Ah ! eles , com um sorriso nos lábios e um big-stick às costas " As tais rede sociais eram , para ele uma paulada no cérebro . " Mas e agora , o que faço ? " Se só depois de concordar em ser um novo assinante ele poderia ter a certeza de que era a mesma Silvia Maria Pons da sua juventude . Se bem que não existe uma só Maria no mundo ... Mas Silvia Maria Pons ... era impossível não ser ela .
Num momento tudo voltou à cabeça . Aliás como disse Fagner : " sentimento ilhado , morto , amordaçado , volta a incomodar ... " .
Correu à gaveta , as mãos trêmulas .. a foto . " Aquela foto . Os dois enrodilhados ... praticamente encaixados um no outro ... . " Por que isto ?? E logo agora ... ? "
Na verdade ele sempre temeu por aquele momento , que só agora talvez chegasse pelo facebook "
Lembrou logo do que temia ... " e se o Facebook foi buscá-la onde ela estiver ... será que eu aguentarei ... acho que sim ... Facebook é o fim . Não !!! Facebook não ! "
Mesmo assim lembrou-se de temores que cresciam a olhos vistos como cogumelos venenosos ... " será que Facebook jamais , mesmo ? agora já não sei mais nada ! Não quero pensar mais nisto , o Facebook jamais a encontraria ; e se a encontrasse , como ela - mesmo no Facebook - iria saber de mim , que sequer estou no Facebook ? "
Voltando aquele mesmo lugar ...
" Apesar de tudo , parece que o Facebook encontrou-a . Parece que o Facebook encontrou-nos ... !! " exaltou a si mesmo " Sim , estou perdido ... o Facebook fez a conexão entre eu , entre a minha pessoa ( repetiu ) e Silvia Maria Pons ! Mesmo eu não sendo associado o Facebook descobriu-nos !! " ... gritou fazendo com que subisse a pressão no seu cérebro .
" Talvez fosse pelos nossos cliques ; sim eles controlam os cliques de todas as pessoas do mundo , estando - ou não - no Facebook ! . Como gêmeos univitelinos que mesmo separados ao nascer , clicam da mesma forma vida a fora ... "
" Clico , ou não clico ? Abro ou não abro ? "
A a tentação de saber foi maior . Abriu !
Mas , não era ela . O Facebook conseguiu mais um assinante .
Nda : Os versos cantados por Fagner são de Cecília Meireles .
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
domingo, 29 de dezembro de 2013
Feliz Ano Novo !
Prezados e estimados Perseguidores .
Eis meu presente de Ano Novo :
No fundo do baú fui achar esta preciosidade ( mas não estou livre de já tê-la mencionado antes , "Recordar é viver ... " já disse o poeta ) : Um verso ; melhor diria , um piropo , do grande poeta mexicano Francisco A. de Icaza , 1863-1925 , que viveu em Espanha .
O poeta ao ver uma bela mulher passar , e percebendo que havia um cego nas proximidades saiu-se com esta preciosidade :
" Dale limosna mujer ( * )
que no hay en la vida nada
como la pena de ser
ciego em Granada . "
O mais puro galanteio , que também poderia ser incluído no blog " Com Chaveco" ( porque aqui no Brasil diz-se que galantear - exaltar a beleza de uma mulher naquele átimo de tempo em que pela rua passa ) é "chavecar" . Mas eu também poderia anotá-lo no "Sem Chaveco" , porque é óbvio que o poeta esteve apaixonado - pelo menos , também por tal átimo de tempo - pela mulher que passava .
Como sonhar não custa nada , é possível que o poeta tenha pretendido ajudar o cego e lisonjear a sua musa a um só tempo , e sem gastar dinheiro algum . Enfim , mil inteligentes ( e belas ) possibilidades estão contidas nessas poucas palavras .
Quem sabe , sabe !
- Tradução livre :
" Dá-lhe esmola , mulher
Por que não existe na vida nada pior
do que a pena de ser cego em Granada . "
Eis meu presente de Ano Novo :
No fundo do baú fui achar esta preciosidade ( mas não estou livre de já tê-la mencionado antes , "Recordar é viver ... " já disse o poeta ) : Um verso ; melhor diria , um piropo , do grande poeta mexicano Francisco A. de Icaza , 1863-1925 , que viveu em Espanha .
O poeta ao ver uma bela mulher passar , e percebendo que havia um cego nas proximidades saiu-se com esta preciosidade :
" Dale limosna mujer ( * )
que no hay en la vida nada
como la pena de ser
ciego em Granada . "
O mais puro galanteio , que também poderia ser incluído no blog " Com Chaveco" ( porque aqui no Brasil diz-se que galantear - exaltar a beleza de uma mulher naquele átimo de tempo em que pela rua passa ) é "chavecar" . Mas eu também poderia anotá-lo no "Sem Chaveco" , porque é óbvio que o poeta esteve apaixonado - pelo menos , também por tal átimo de tempo - pela mulher que passava .
Como sonhar não custa nada , é possível que o poeta tenha pretendido ajudar o cego e lisonjear a sua musa a um só tempo , e sem gastar dinheiro algum . Enfim , mil inteligentes ( e belas ) possibilidades estão contidas nessas poucas palavras .
Quem sabe , sabe !
- Tradução livre :
" Dá-lhe esmola , mulher
Por que não existe na vida nada pior
do que a pena de ser cego em Granada . "
sábado, 28 de dezembro de 2013
9 - No Monastério de Bodedalma .
" Ah ! .... então estás botando as mangas de fora , hein ... fazendo perguntas cada vez mais ousadas ... como eu , isolado nestas montanhas na linha do Equador pude deixá-las completamente ocas para depois instalar a maior concentração de contadores deste planeta ... . Na verdade estás certo ao afirmar que optei pelo isolamento , pela clausura deste monastério . Mas chega um dia em que precisamos falar com alguém de carne e osso ... e nada melhor do que contar com um ser desprovido de ambições maiores , consumidor que deve ser da mais abjeta junk-mídia . Ou seja : você é o ouvidor ideal para as minhas necessidades de comunicação vivo live . Mas apesar disto tudo tu conseguistes ordenar uma pergunta lógica . Vamos lá ... sim , eu não teria nenhuma chance de escavar um vazio desta grandeza . Ocorre que não fui eu quem escavou este maciço ... foram os artífices da bomba nacional . Sim , há mais de vinte anos baixou mais uma vez a megalomania própria dos aspirantes à grandes ambições : a que nos tornemos uma grande potência atômica . E foi ele , foi ele sim , foi ele quem mandou que a engenharia do exército perfurasse as rochas , buscando as mais duras para em tais galerias fixar as máquinas que nos tornariam uma potência atômica . Só que no meio do caminho o Grande Tio descobriu tais pretensões e com uma só ameaça fez o nosso Maioral prometer de pés juntos que abandonaria o projeto da bomba H . Ordenou mais : que todos os buracos já abertos para a construção do complexo A fossem totalmente obturados , concretados , inviabilizados para qualquer finalidade . Aconteceu , porém , que - apesar de ter prometido - nosso Maioral jamais cumpriu a jura . Pouco a pouco uma nova floresta foi crescendo em volta do projeto de complexo atômico chegando a um momento que até os índios , a população local , todo mundo esqueceu-se destas imensas cavernas . Tornei-me posseiro delas sem esforço algum . Foi quando uma romaria quase interminável de helicópteros trouxe para cá todos os contadores - tudo sob as ordens do pequeno país dos quarenta trilhões ... "
" Pequeno país dos quarenta trilhões ... ? o que é isto ? "
" É o meu cliente maior ... o que paga o feijão com arroz ... "
" A troco de que butiá ? "
" De muitos ... um deles é que somente eu , com meus contadores , sei - no aqui e agora - quem tem neste planeta quinhentos mil ... "
" Quinhentos mil o quê , Esplendoroso Bodedalma ? "
" Ora quinhentos mil o quê ? Sinto muito , Mondongo , mas eu já dei vazão à minha necessidade de comunicação . Além disto é muito complicado falar com alguém que necessita de que e explicitemos o mais desnecessário dos ditos ... ora , ora , quinhentos mil o quê ... ? "
Quer saber ... quer saber mesmo , por hoje chega ! quem fala demais acaba dando bom dia a cachorro ... chega Mondongo .. cheegaaaa ! "
" Pequeno país dos quarenta trilhões ... ? o que é isto ? "
" É o meu cliente maior ... o que paga o feijão com arroz ... "
" A troco de que butiá ? "
" De muitos ... um deles é que somente eu , com meus contadores , sei - no aqui e agora - quem tem neste planeta quinhentos mil ... "
" Quinhentos mil o quê , Esplendoroso Bodedalma ? "
" Ora quinhentos mil o quê ? Sinto muito , Mondongo , mas eu já dei vazão à minha necessidade de comunicação . Além disto é muito complicado falar com alguém que necessita de que e explicitemos o mais desnecessário dos ditos ... ora , ora , quinhentos mil o quê ... ? "
Quer saber ... quer saber mesmo , por hoje chega ! quem fala demais acaba dando bom dia a cachorro ... chega Mondongo .. cheegaaaa ! "
terça-feira, 24 de dezembro de 2013
Um aviso .
Aviso aos navegantes deste " Com Chaveco " :
Esta série experimental ( No monastério de Bódedalma ) foi iniciada equivocadamente no blog "Sem Chaveco "
Todavia , por ser uma ficção , e é certo que o lugar das ficções é neste blog " Com Chaveco " , decidi dar continuidade a tal estória neste " Com Chaveco" .
Agradeço pela compreensão .
Links do blog "Sem Chaveco" com a série experimental "No monastério de Bóldedalma"
Esta série experimental ( No monastério de Bódedalma ) foi iniciada equivocadamente no blog "Sem Chaveco "
Todavia , por ser uma ficção , e é certo que o lugar das ficções é neste blog " Com Chaveco " , decidi dar continuidade a tal estória neste " Com Chaveco" .
Agradeço pela compreensão .
Links do blog "Sem Chaveco" com a série experimental "No monastério de Bóldedalma"
8 - No monastério de Bódedalma -
No terceiro dia de estada no monastério o peregrino foi novamente admitido ao Grande Salão de Bodedalma I ; só que cometeu um erro que poderia ter-lhe custado a vida : na espera do Inefável ousou sentar-se no grande sofá , que tinha uns dez metros de comprimento , o qual Bódedalma proibia terminantemente que qualquer traseiro , além do próprio , ali se abancasse .
Naquele momento uma voz poderosa , ultra-intensa e super agressiva ocupou todo o volume do grande salão universal : " Porque pusestes teu cu sujo em meu sofá celestial ? " disse o mandão , ao mesmo tempo que- disparava um raio de sua pistola elétrica que , mesmo sendo de baixa intensidade , acertou exatamente no ponto visado por Bódedalma , chamuscando a barriga de Mondongo ? "
Depois de soltar um grito lancinante , o peregrino , respondeu choramingando :
"ora por que ? Não existe por aqui qualquer proibição de alguém sentar-se a teu lado , e como o que não é proibido é tacitamente permitido , eu tomei a liberdade de pretender abancar-me o mais próximo possível de Vossa Sapiência ... "
" Você , como todos os nacionais deste país sempre confiando tão somente em normas escritas, em regulamentos, códigos ... ; pergunto: e as diferenças sócio-culturais absorvíveis pelos costumes, pelas percepções que se sustentam no ambiente, ou mesmo no ar, que - pela natural compreensão do que seja certo ou errado, normal ou agressivo aos costumes - é o único elemento passível de nos igualar . Pergunto-lhe , pó de cupim : e toda esta aura que me diferencia de você ; tudo isto de nada serve ? Toda esta ambientação excludente não é bastante para que te ponhas no teu lugar independentemente de qualquer outro aviso , seja ele escrito ou verbal ? E , por fim , a estética que nos separa , nem ela chega a fazer com que guardes a distância intuitível que deve existir entre nós ? "
" Sim , Inteligência Rara ; tens razão , mas mesmo assim a minha possibilidade de diferenciação do que seja real , daquilo que não o é , a minha pobre capacidade de poder separar o joio do trigo na balança da personalidade não chegou ao ponto de compreensão independente de normas escritas , ou mesmo verbais expressas , e por isto peço-lhe o mais profundo dos perdões ... "
" Tudo bem , o momento é de conciliação e paz ... estás perdoado ! "
" Então posso continuar perguntando ? "
" Digamos que sim ... "
" Lá vai ! .... se és sozinho , se vives nesta ermida , se tens tão somente um castelão a servir-te , como podes ter carcomido esta cadeia de montanhas para nelas cravar a quantidade imensa de contadores que permitem que desfrutes concomitantemente do tempo e da razão ? "
- Segue -
Naquele momento uma voz poderosa , ultra-intensa e super agressiva ocupou todo o volume do grande salão universal : " Porque pusestes teu cu sujo em meu sofá celestial ? " disse o mandão , ao mesmo tempo que- disparava um raio de sua pistola elétrica que , mesmo sendo de baixa intensidade , acertou exatamente no ponto visado por Bódedalma , chamuscando a barriga de Mondongo ? "
Depois de soltar um grito lancinante , o peregrino , respondeu choramingando :
"ora por que ? Não existe por aqui qualquer proibição de alguém sentar-se a teu lado , e como o que não é proibido é tacitamente permitido , eu tomei a liberdade de pretender abancar-me o mais próximo possível de Vossa Sapiência ... "
" Você , como todos os nacionais deste país sempre confiando tão somente em normas escritas, em regulamentos, códigos ... ; pergunto: e as diferenças sócio-culturais absorvíveis pelos costumes, pelas percepções que se sustentam no ambiente, ou mesmo no ar, que - pela natural compreensão do que seja certo ou errado, normal ou agressivo aos costumes - é o único elemento passível de nos igualar . Pergunto-lhe , pó de cupim : e toda esta aura que me diferencia de você ; tudo isto de nada serve ? Toda esta ambientação excludente não é bastante para que te ponhas no teu lugar independentemente de qualquer outro aviso , seja ele escrito ou verbal ? E , por fim , a estética que nos separa , nem ela chega a fazer com que guardes a distância intuitível que deve existir entre nós ? "
" Sim , Inteligência Rara ; tens razão , mas mesmo assim a minha possibilidade de diferenciação do que seja real , daquilo que não o é , a minha pobre capacidade de poder separar o joio do trigo na balança da personalidade não chegou ao ponto de compreensão independente de normas escritas , ou mesmo verbais expressas , e por isto peço-lhe o mais profundo dos perdões ... "
" Tudo bem , o momento é de conciliação e paz ... estás perdoado ! "
" Então posso continuar perguntando ? "
" Digamos que sim ... "
" Lá vai ! .... se és sozinho , se vives nesta ermida , se tens tão somente um castelão a servir-te , como podes ter carcomido esta cadeia de montanhas para nelas cravar a quantidade imensa de contadores que permitem que desfrutes concomitantemente do tempo e da razão ? "
- Segue -
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Boas Festas !
Aos meus antigos , mas também para os novos Leitores .
Hoje somos cinquenta os que diariamente leem este blog , espalhados por muitos países em todos os continentes .
Por este meio concluí que as idéias de alguém , por mais exóticas que sejam , com um universo tão amplo , sempre encontraremos vida inteligente do outro lado da linha .
É por isto que agora estou feliz , por ter encontrado vocês .
Boas Festas
José Amaral
Hoje somos cinquenta os que diariamente leem este blog , espalhados por muitos países em todos os continentes .
Por este meio concluí que as idéias de alguém , por mais exóticas que sejam , com um universo tão amplo , sempre encontraremos vida inteligente do outro lado da linha .
É por isto que agora estou feliz , por ter encontrado vocês .
Boas Festas
José Amaral
sexta-feira, 6 de dezembro de 2013
Eu quero ter um milhão de Amigos !
Prezados 155 perseguidores ! É com muita honra que registro o incrível número de leitores neste blog " Com Chaveco " - ( que , na gíria brasileira quer dizer : Com Mentiras ) . Lembro que temos também outro blog ao qual chamamos de "Sem Chaveco " - ou " Sem Mentiras " . O certo é que até agora tínhamos , no máximo , uns quarenta leitores ao dia . Mas agora , com um chamado up-grade dado por uma amiga ( Nadia ) , chegamos hoje ao incrível número de 155 leitores espalhados por quase todo o mundo : Brasil , Alemanha , Argélia , Argentina , Espanha , Estados Unidos , Malásia , República Dominicana e Servia. Como diria o nosso cantor popular maior, Roberto Carlos : "eu quero ter um milhão de Amigos !" Bom dia !
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Até breve !
Prezados Leitores . Como vocês devem ter notado , repetem-se os erros de "datilografia" nos textos deste blog " Com Chaveco " . Isto acontece por causa do meu computador que está ( talvez ) mortalmente ferido . Assim , manter "no ar " este blog está sendo , digamos , esteticamente complicado para mim . Farei uma interrupção rápida , de alguns dias , para a compra de um novo equipamento . Até breve ! O Autor .
domingo, 17 de novembro de 2013
97 - Julietinha e o Oficial do Vapor - final B
Levaram os dólares para o Caverá . No mais esquecido e distante cerro , praticamente enterraram o furgão numa fenda de pedra do monte . Não foi por acaso , Athos criara-se por ali .
Estava decidido que contariam tão somente três caixas de dólares . As demais só seriam abertas para que o conteúdo fosse constatado por todos . Quanto ao destino , o lugar em que cada um guardaria seu tesouro , isto ainda não estava resolvido . Poucas horas depois chegara , montado , o pastor Gualter que novamente ficou de guarda - agora a dois quilômetros de distância - na única estrada existente e , mesmo já sendo noite , andava incessantemente de um ponto a outro para que assim pudesse perceber qualquer modificação nas cercanias do local onde se dava a reunião . Gualter olhava não só para onde era possível alguém chegar , mas também para o ponto onde a reunião acontecia , eis que mesmo que quase não fosse possível avistar-se aquele acampamento , mesmo assim isto não o desobrigava de manter os sentidos totalmente ligados aos riscos representados - independentemente de outros - pela simples passagem por aqueles ermos de quantia tão grande : algo em torno de vinte milhões de dólares .Três horas se passaram para que a primeira parte do plano fosse concluída , momento em que D ´ Artagnan pediu a palavra. "Caros irmãos , confirmadas nossas melhores expectativas sobre a quantia existente nas primeiras caixas que empacotavam os Excessos de Realizações Pecuniárias , cabe agora decidirmos sobre o destino de montante tão valioso ... "
"Peço a palavra ! " quase berrou Quita para surpresa de todos !
"É evidente , Mosqueteira Quita , que eu passo-lhe a palavra . E com um misto de honra e prazer mosqueteiros ! " Completou D ´Artagnan .
" Irmãos , quantas serão as partes em que serão divididos os Excessos que aqui temos ? "
Tão óbvia era a resposta que ninguém atreveu-se a dá-la , ganhando a noite escura só silêncio como réplica . O pouco tempo que passou pareceu algo que tendia a perpetuar-se , até que Athos arriscou-se :
" É claro que somos quatro a repartir o monte de dólares , irmã Quita . Você , Aramis , D ´Artagnan e eu . Então , desculpe-me , mas não percebo qual seja a sua dúvida . "
" Não , valente mosqueteiro Athos . Não somos quatro . E , a manter-se seu prognóstico estaremos cometendo o que tanto criticamos ... uma injustiça a mais .... afinal , Novos Mosqueteiros , a que vem esta irmandade ? "
Um óóó geral de dúvida e exclamação quebrou o súbito silêncio ...
Estava decidido que contariam tão somente três caixas de dólares . As demais só seriam abertas para que o conteúdo fosse constatado por todos . Quanto ao destino , o lugar em que cada um guardaria seu tesouro , isto ainda não estava resolvido . Poucas horas depois chegara , montado , o pastor Gualter que novamente ficou de guarda - agora a dois quilômetros de distância - na única estrada existente e , mesmo já sendo noite , andava incessantemente de um ponto a outro para que assim pudesse perceber qualquer modificação nas cercanias do local onde se dava a reunião . Gualter olhava não só para onde era possível alguém chegar , mas também para o ponto onde a reunião acontecia , eis que mesmo que quase não fosse possível avistar-se aquele acampamento , mesmo assim isto não o desobrigava de manter os sentidos totalmente ligados aos riscos representados - independentemente de outros - pela simples passagem por aqueles ermos de quantia tão grande : algo em torno de vinte milhões de dólares .Três horas se passaram para que a primeira parte do plano fosse concluída , momento em que D ´ Artagnan pediu a palavra. "Caros irmãos , confirmadas nossas melhores expectativas sobre a quantia existente nas primeiras caixas que empacotavam os Excessos de Realizações Pecuniárias , cabe agora decidirmos sobre o destino de montante tão valioso ... "
"Peço a palavra ! " quase berrou Quita para surpresa de todos !
"É evidente , Mosqueteira Quita , que eu passo-lhe a palavra . E com um misto de honra e prazer mosqueteiros ! " Completou D ´Artagnan .
" Irmãos , quantas serão as partes em que serão divididos os Excessos que aqui temos ? "
Tão óbvia era a resposta que ninguém atreveu-se a dá-la , ganhando a noite escura só silêncio como réplica . O pouco tempo que passou pareceu algo que tendia a perpetuar-se , até que Athos arriscou-se :
" É claro que somos quatro a repartir o monte de dólares , irmã Quita . Você , Aramis , D ´Artagnan e eu . Então , desculpe-me , mas não percebo qual seja a sua dúvida . "
" Não , valente mosqueteiro Athos . Não somos quatro . E , a manter-se seu prognóstico estaremos cometendo o que tanto criticamos ... uma injustiça a mais .... afinal , Novos Mosqueteiros , a que vem esta irmandade ? "
Um óóó geral de dúvida e exclamação quebrou o súbito silêncio ...
sábado, 26 de outubro de 2013
96 - Julietinha e o oficial do vapor - final B
Gualter avisou que naquele dia chegara uma patrulha do exército para , com pesadas máquinas fotográficas , documentarem o silo onde estavam os alívios de excessos de realizações pecuniárias ; que , aliás , já estavam sendo chamados por D Ártagnan , pela sigla de AERP . Como sempre , a sorte estava do lado dos Novos Mosqueteiros . Naquela noite . quando já estavam com tudo pronto para retiraram do silo , tudo que lhes pertencia , alguém também preparava-lhes uma péssima surpresa . Mas os Mosqueteiros estavam com todos os preparativos prontos . Principalmente os que trariam o furgão de novo à mobilidade . Traziam bomba para encher os pneus movida por gerador móvel ; bateria nova , para fazer a transferência de uma para outra bateria , gasolina de alta octanagem para facilitar a ignição rápida , luzes de emergência , contados elétrico , tudo o que poderia ser necessário para fazerem o automóvel andar . Naquele momento o grupo era formado sem Quita , que não pudera vir por não ter uma desculpa razoável para seus patrões . Abriram o silo e viram que a montanha de soja estava intacta . Apressaram-se , porque tudo teria que ser feito naquela noite , e mesmo nela , o mais rapidamente possível . Para o bem de todos , era uma noite de inverno , as que escuridão é muito mais longa do que os momentos de luz solar . O pastor Gualter estava sempre por perto , ajudando . Desta feita , ele ficou com uma lanterna a cerca de mil metros , para avisar com sinais luminosos , a aproximação de intrusos . Foi quando os Mosqueteiros começaram a remover o soja que cobria o automóvel . Quanto ao pastor de ovelhas Gualter , a fidelidade canina em relação a D ´Artagnan ampliara-se quando o Mosqueteiro , anos atrás , levara Dna . Prendoca - mãe de Gualter -, até a Argentina para uma operação médica que salvou-lhe a vida . Com Juan Domingo Perón presidindo o país , qualquer necessitado de cuidados médicos que lá chegassem - ainda que cidadão brasileiro ou uruguaio recebia de graça todos os cuidados médicos , que - em última análise - eram patrocinados pelos lucros da Argentina com a exportação de trigo , carne e lã para a Europa - eis que Perón habilmente não tomara partido na segunda guerra para obter o máximo de vantagens nas trocas internacionais . A devastação da Europa gerou ~fartura de dinheiro nunca vista no Pais . E , porque não, na vizinhança próxima da fronteira . Foi assim que D´Artagnan aumentou a amizade de Gualter para ele . Encheram os pneus , deram carga na bateria e o auto respondeu como todos esperavam . Ainda faltavam umas três horas para o sol nascer quando , entre vivas , urros de alegria , o furgão movimentou-se , saiu de seu sepulcro de soja . Mas , naquele momento isnsitentes sinais de luz de Gualter anunciavam que chagava alguma visita . Rapidamente os homens tiveram o cuidado de novamente re-empilhar a soja da forma msid lógica e natural possível . Quando acabaram de fechar o cadeado viram , longe , muito longe , uma luz em começo bruxuleante , ir aumentado no horizonte da estrada . Quanto à Gualter , ele já estava pré-avisado de que deveria devria voltar para a ermida que passsara a viver depois que os AERP ´s chegaram por ali , para descobrir tudo sobre de quem era a visita que chegara no veículo da luz que crescia rapidamente , agora já muito mais próxima . Sem acender qualquer tipo de iluminação o furgão dos Mosqueteiros afastou-se tão rapidamente quanto lhes era possível para que não permitisse ser percebido por quem quer que fosse . Em cima da mais alta coxilha - sempre com as luzes apagadas - viram claramente que o que chegara ao silo era , nada menos do que uma patrulha de soldados . Sempre com o maior cuidado ligaram o motor do furgão e desapareceram na ainda noite , na direção do Alegrete , só que pararam muito antes de lá chegar .
Prezados Leitores . A partir deste episódio estarei em ( creio eu ) merecidas férias . Prometo firmemente não perturbá-los , de la´- onde eu estiver ( talvez em Colcabamba , quem sabe ... - com meus escritos , agora centrados em como os Novos Mosqueteiros tomarão posse efetiva de seus AERP´ s . Serão uns vinte e cinco dias de descanso para vocês , queridos leitores . Aproveitem , pois a volta será plena de ação , amor , dinheiro - muito dinheiro para os Mosqueteiros , e paixão para Paulo e sua Polaquinha ( que, lembro a vocês , estão no Taythi ) . Até a volta , e sorte para todos ! D ´Artagnan , e os demais Mosqueteiros , com a escuridão total não perceberam que outrso boletos da Casa Piano , com valores impressos das operações de câmbio negro de dólares dispersaram-se , dentro e fora do silo , podendo negar , para um atento observador , que o soja estava tão bem empilhado em razão de que alguem tentara camuflar algo de estranho , grave mesmo , acontecido por ali .
Prezados Leitores . A partir deste episódio estarei em ( creio eu ) merecidas férias . Prometo firmemente não perturbá-los , de la´- onde eu estiver ( talvez em Colcabamba , quem sabe ... - com meus escritos , agora centrados em como os Novos Mosqueteiros tomarão posse efetiva de seus AERP´ s . Serão uns vinte e cinco dias de descanso para vocês , queridos leitores . Aproveitem , pois a volta será plena de ação , amor , dinheiro - muito dinheiro para os Mosqueteiros , e paixão para Paulo e sua Polaquinha ( que, lembro a vocês , estão no Taythi ) . Até a volta , e sorte para todos ! D ´Artagnan , e os demais Mosqueteiros , com a escuridão total não perceberam que outrso boletos da Casa Piano , com valores impressos das operações de câmbio negro de dólares dispersaram-se , dentro e fora do silo , podendo negar , para um atento observador , que o soja estava tão bem empilhado em razão de que alguem tentara camuflar algo de estranho , grave mesmo , acontecido por ali .
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Para o LF .
Meu queridos 30 perseguidores . Nesta noite . Na noite que passou , eu - que havia dormido sob a interrogação de " quem seria que , vira e mexe , está lendo a menos ruim das minhas crônicas ( que , merchand à parte , sem dúvida é o " Senta que o leão é manso " ) ? Pois nao é que flagrei o quera que tem ido lá no meu começo beber de minhas águas mais limpas ? Dei-lhe o flagra ! Era o Luis . Sim , o Luis Fernando que - em carne e osso - as vezes com uma cara alegre , outras muito surpresa, lia o " Leão " . Foi então que eu aproveitei para dizer-lhe : " Pois é , da outra vez faltou-me o verbo , mas desta vai ser tudo diferente : " LF , eu sou seu fan . E de carteirinha . Adolescente te defendi , quando o Tio Walter te amaldiçoou por causa do Analista . Comprei a briga com ele - o que tinha lido tudo que é livro - ( e tinha mesmo ! ) , e mesmo assim eu ouvi dele ( que Deus o tenha , um gentleman ! ) : " Que aquele filho da * não me apaeça por aqui . Se não ele vai se haver comigo ! " E eu , LF , te defendi : " Mas tio , o livro é uma grande gozação , vai projetar a nossa cidade , o senhor vai ver ... " " Projetar ? ! Projetar uma merda ! , e lá a minha cidade precisa deste tipo de projeção ? ! Ele que não me apareça por aqui ... " Nem cheguei a me preocupar ... o Tio Walter era incapaz de qualquer violência ... Mas , voltando ao assunto , eu - me desculpe - te flagrei dando uma olhada no "Senta que o leão é manso" . Ainda bem que foi ela porque , vamos e venhamos , é a única dentre todas que eu me animaria a te mostrar . Saudações gremistas , Luis !
95- Julietinha e o oficial do vapor - Final B
A palavra foi dada ao Mosqueteiro Athos , que não decepcionou quanto as espectativas dos demais evolucionários. " Estimada Aramis . Tão firme é a união entre nós , que até chegamos a esquecer do gênero que nossos codinomes representam na literatura universal . Você mesmo , Aramis , recebeu - aqui em nossa confraria - um nome masculino , Aramis . Mas - confesso com muito prazer - tornou-se para mim o mais belo nome que uma mulher pode ter. Desde que abracei esta causa , a de recuperar para nós , pessoas comuns , pobres e antes sem perspectivas pessoais - eu mesmo sou um professor , e ensinar crianças no nosso país é sinônimo de quase indigência - eu mesmo , repito , percebi - logo que fui convocado por D ´Artagnan - que a minha única chance de viver num futuro de dignidade seria buscar no dinheiro dos corruptos que construiram Brasilia , os que vinham desovar os seus ERP s qui na nossa vizinha , a República Oriental . Sim , buscar a nossa parte aliviando-os do dinheiro que apropriaram-se ilicitamente , para não dizer criminosamente . Mas mesmo usando todo o meu esforço na obtenção do sucesso do nosso plano , confesso que eu desde o começo olhei a irmã de armas de um modo que , tanta era a atração inexplicável , não poucas vezes geravam em mim uma quase ruptura da realidade ; prá pegá-la em meus braços e perder-me nos encantos que tu possuis . Mesmo , sendo um Mosqueteiro da primeira hora , digo-lhes que não tive suficiente coragem para dizer-te , como digo agora ... eu te amo , Aramis . Te amo desde o momento que meus olhos tiveram a alegria de pousar nos seus , no seu corpo , nos seus cabelos . Mas see não fui eu quem teve a coragem de primeiro pedir-te em casamento , mesmo assim eu te digo agora , renovo o convite a mim feito : Aramis , queres entregar-te aos meus cuidados , casar-se comigo - ainda que isto va´ acontecer no teu Uruguay ? Quanto a mim , eu estou maravihado com o teu convite , Aramis . E , se tambem renovares o "sim" tenho certeza que farei de ti a mulher mais feliz no mundo . "
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
94 - Julietinha e o oficial do vapor - final B
Chegou a vez de Aramis falar . Athos , que tinha arranjado uma forma de sentar do lado dela , por baixo da mesa colou sua perna na da bela descendente dos indios guaranis. Ela , por sua vez , não fugiu do singelo assédio de Athos . Admitiu que , por baixo da mesa se tocassem cada vez com mais ansiedade. Acostumada à realidade crua da vida , Aramis não tremeu . " Todos sabem a minha origem neste país . Mas nem todos reconhecem que uma bailarina de cabaret , como eu fui antes de que os Novos Mosqueteiros cruzassem meus caminhos , não vive para dançar nos muitos Bocas de Ouro , pelo mundo afora . Mas sim , dança para viver . Athos , quando foi ao meu pluebo , Colcabamba , no interior do meu país viu a nossa realidade de pobreza . Minha mãe , ainda criança foi trazida para o Brasil , sendo forçada a relacionar-se com o estancieiro para quem trabalhava. Grávida , foi novamente forçada a deixar por lá uma hija que , todavia , nunca esqueceu um minuto sequer . Sem pai , restou-me a alternativa de sobrevivência que vocês , irmãos Mosqueteiros , conhecem . Hoje eu , como todos vocês , sinto-me digna de poder receber a minha parte destes alívios de excessos realizados . Nunca passou pela minha cabeça , convencida que fui por vocês , estar fazendo algo que fosse ainda que de longe , errado . Estamos , estou lançando mão do que é meu , do que é nosso no grande latifúndio chamado mundo . Mas nem tudo foram tristezas . Há não muito tempo conheci uma pessoa que me tratou com amor e respeito . Assim é que eu penso receber a minha parte e - tão rapidamente quanto me for possível - procurar tal pessoa , tal senhor que , pelo que eu sei é um homem desquitado neste país , portanto livre para receber-me - se assim quiser . E é com ele que eu irei dividir a minha parte , os meus dólares . " D ´Artagnan nem pediu a palavra , interrompeu firmemente : " Irmã de armas Aramis , este é o risco que eu sempre temi . Um de nós afeiçoar-se por pessoa de fora do nosso grupo e , por amor - talvez até por carência - abrir para o terceiro os nossos segredos . Sendo assim , eu volto a enfatizar o risco que é liberarmos os alivios para qualquer dos Mosqueteiros . O que os irmãos acham ? Foi Aramis quem voltou a falar , eis que ela tinha sido abruptamente interrompida por D ´Artagnan : " Que me desculpe o primeiro dos mosqueteiros . Mas o que eu vou dizer contraria suas conclusões . Eu pretendo mesmo abrir minhas conquistas pecuniárias ao meu escolhido . Que sequer sabe que eu o escolhi " Neste momento Athos , ao ver que Aramis já era comprometida com alguém recolheu-se , com o rosto totalmente retráido . O Mosqueteiro Athos teve uma última dúvida : " Mas será que ela não notou que , ao roçar a minha coxa na dela , eu estava passando a ela que eu a queria muito ? " Athos retariu-se ainda mais , como se fosse possível vontar-se totalmente para dentro de si mesmo . Mas Aramis continuou : " Não , Novo Mosqueteiro D ´Artagnan . Eu não vou revelar a quem quer que seja a nossa aventura , que - esperamos - resultará na nossa própria ventura . A pessoa que tocou o meu coração , está aqui presente e a ele eu entregarei de bom grado o meu dote : " Athos , você quer casar comigo ? "
Marcadores:
Aramis,
arranjado,
Athos,
Boca de Ouro,
cabaret,
capítulo 94,
D ´Artagnan,
estancieiro,
final B,
grávida,
Mosqueteiro,
pecuniárias
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
82 - Julietinha e o Oficial do vapor - final B
Quando cessou a rolagem do carro , que até então descia somente pela inércia , D´ Artagnan virou a chave certo de que a distância que o separava do Boca de Ouro era suficiente para que ruido algum do motor chegasse aos ouvidos de quem ficara no bordel .
O cuidado era mesmo extremo : mesmo sendo certo que o caminho comumente não seria usado por quem quer que fosse ; mesmo assim eventuais rastros deveriam ser apagados . Este seriam , daí para frente os cuidados próprios d ´ Os novos Mosqueteiros .
Somente a título de curiosidade , no dia em que Athos passava a vassoura de chirca apareceu , já a uns três quilômetros do lugar onde entrara o furgão , que muito estranhou a atitude de Athos .
Era um cavaleiro que por acaso pegara aquele atalho , que depois dos cumprimentos de praxe perguntou :
- Que pasa ? Por que estás hoje aqui pelas Palmas ?
- Te olvidastes de que é no primeiro do ano que nós , lá de Camaquã , viemos para os campos para pegar as ervas que usaremos nas nossas macacoas , nas enxaquecas ?
- Pois eu te juro que não me lembrava disto . É que nós , lá das Palmas , pegamos as ervas na Semana Santa ... sendo assim ... buenas tardes indio velho !
- Buenas ! Respondeu Athos para o cavaleiro que começava a se afastar .
A noite ajudava na retirada do furgão que , verdadeiramente , estava com o tesouro . Nem a lua apareceu no céu . Pouco antes da escapada de D ´ Artagnan e Aramis , Athos , serviu-lhes de batedor . Tudo na tentativa de afastar o mais do que improvável risco de que alguém percebesse o automóvel que ia com a dinheirama . Também por isto , fizeram um caminho muito mais longo . Na verdade atravessaram - pelo campos - a Serra de Caçapava , um lugar absolutamente despovoado , e ainda sem arames farpados . Aliás , sobre arames farpados os pobres do lugar diziam , como outros tantos , que "Deus criou a terra e o diabo o arame farpado. "
Até que D ´Artagnan chegou ao silo pelo lado contrário à única estrada de acesso para quem ali pudesse chegar . Só assim conseguiram que na estrada normal , no caminho comum a todos , não restasse qualquer rastro dos seus automóveis . Os que , enfim , chegaram no fim do mundo onde ficava o silo .
D Ártagnan e Athos levaram em conta que a região é de árvores esparsas , e baixas , entremeadas de grama , que também é vegetação nativa naqueles campos que vão do Sul do país , atravessam o Uruguai todo , e entram na Argentina, tudo praticamente com a mesma topografia ; de planície imensa , os chamados pampas . Por ser um quase infinito gramado , naquele ponto só interrompido por árvores de pequeno porte ; é comum aos que conhecem seus segredos que - desde que tenham boa orientação - atravessem-na de carro , que segue sempre costeando a mata que - aqui e ali - compõe a natureza viva que só existe naquele lugar . Foi assim que D ´Artagnan chegou ao galpão em que o furgão viria a ser inteiramente coberto de soja . O silo estava no pé da serra , no seu limite onde começa a planura total . Dali em diante já encontrariam tão somente fazendas . Ou , como chamavam os nativos dali , as estâncias . Este era o termo mais indicado , talvez em razão de ser comum a ambos idiomas : espanhol e português . Já o vocábulo "fazenda" era um pouco diferente em espanhol : hacienda .
Estância , estancieiros ... tudo igual , dos dois lados da fronteira .
D Ártagnan e Athos levaram em conta que a região é de árvores esparsas , e baixas , entremeadas de grama , que também é vegetação nativa naqueles campos que vão do Sul do país , atravessam o Uruguai todo , e entram na Argentina, tudo praticamente com a mesma topografia ; de planície imensa , os chamados pampas . Por ser um quase infinito gramado , naquele ponto só interrompido por árvores de pequeno porte ; é comum aos que conhecem seus segredos que - desde que tenham boa orientação - atravessem-na de carro , que segue sempre costeando a mata que - aqui e ali - compõe a natureza viva que só existe naquele lugar . Foi assim que D ´Artagnan chegou ao galpão em que o furgão viria a ser inteiramente coberto de soja . O silo estava no pé da serra , no seu limite onde começa a planura total . Dali em diante já encontrariam tão somente fazendas . Ou , como chamavam os nativos dali , as estâncias . Este era o termo mais indicado , talvez em razão de ser comum a ambos idiomas : espanhol e português . Já o vocábulo "fazenda" era um pouco diferente em espanhol : hacienda .
Estância , estancieiros ... tudo igual , dos dois lados da fronteira .
D ´ Artagnan tinha ido atrás - e conseguiu - de um novo cadeado para o portão do silo . Seu problema foi encontrar um cadeado novo em seu segredo , mas igualmente velho na sua aparência , eis que um cadeado totalmente novo poderia evidenciar que algo ocorrera de diferente no galpão , que era quase abandonado . E usar o mesmo cadeado de antes , o cadeado velho , traria um risco a mais : o de que alguém , que também tivesse a chave velha e , por razões desconhecidas , até mesmo o de ir procurar uma enchada , poderia descobrir o carro bilionário . O fato é que Mas D ´Artagnan achou um velho cadeado numa cidadezinha do Uruguai de nome estranho : Treinta e tres . Mui provavelmente , trintra e três foram os espanhóis que resistiram bravamente aos portugueses . É comum que nestes casos , digam as lendas que os trinta e três heróis enfrentaram - e venceram ! - centenas de inimigos . Neste caso hipotético , portugueses . Não é a toa que o hino da República Cisplatina , depois República Oriental do Uruguai , diz " orientales , o la pátria o la tumba " . Mas esta escolha , entre a hipotética honra e a morte , é um mote comum a quase todos os hinos daquelas paragens tordesilhanas .
O furgão foi estacionado , e fechado a chave , exatamente embaixo da bica , que com soja , na segunda-feira de manhã inundaria o carro transformando-o numa montanha de soja totalmente recheada de notas de cem dólares . Tudo levava a crer que a soja só voltaria a ser solicitada na próxima safra . E mesmo assim , se esta resultasse em uma colheita ruim . Ao contrário , se as safras permanecessem favoráveis , a soja sequer seria lembrada. Ficaria ali mesmo , como estoque regulador do governo
Mas restava um problema : D Ártagnan ; ou melhor , um seu bem- mandado , deveria vigiar para que durante todo o tempo não fosse aceso o secador de grãos . Os motivos eram óbvios : o calor que serviria para secar a soja poderia danificar os muito prováveis vinte milhões de dólares .
E aqui tem-se que lembrar do que representa o dólar do norteamericano naquele ponto do planeta .
Pelas condições especialíssimas de ser a região carente de algum outro meio de reserva efetiva - e fungível - de valor ; por ali o dólar era de garantia e praticidade únicas .
Sim , o dólar que , se não tinha o antigo brilho das libras esterlinas , consistia numa libra de papel tão aceita com a inglesa um dia foi e , por motivos de que em sua essência ser tão somente um papel , tornava-o muito mais fácil de ser internacionalizado . Principalmente porque ele trazia uma jura , tão solene como podem sera as juras americanas , a de que qualquer um poderia exigir o seu valor em ouro. Ou , por outra , um papel filosofal fungível em ouro 999,99 % .
Além de tantos cuidados , mais um eles tomaram : Athos ficou encarregado de , já no dia seguinte - um domingo , passar um fecho de chirca nas prováveis , ou hipotéticas , marcas que os pneus poderiam ter deixado , na terra do solo que - porventura - estivesse sem pasto ( assim é denominada a grama naqueles confins ) .
Nenhum rastro poderia ser percebido , ainda que por um gaudério desgarrado - destes que conhecem as pegadas como a palma da própria mão - que porventura andasse a esmo como eles tanto gostam de vadear .
A distância dos dez últimos quilômetros seria no outro dia batida pelo próprio Athos que , no último dia do feriadão de fim de ano , com um vassourão de chirca , varreria os lugares que tivessem sido em algo modificados pelos carros ; a menos chovesse . Aí as hipotéticas pegadas seriam apagadas pela chuva mesmo .
E aqui tem-se que lembrar do que representa o dólar do norteamericano naquele ponto do planeta .
Pelas condições especialíssimas de ser a região carente de algum outro meio de reserva efetiva - e fungível - de valor ; por ali o dólar era de garantia e praticidade únicas .
Sim , o dólar que , se não tinha o antigo brilho das libras esterlinas , consistia numa libra de papel tão aceita com a inglesa um dia foi e , por motivos de que em sua essência ser tão somente um papel , tornava-o muito mais fácil de ser internacionalizado . Principalmente porque ele trazia uma jura , tão solene como podem sera as juras americanas , a de que qualquer um poderia exigir o seu valor em ouro. Ou , por outra , um papel filosofal fungível em ouro 999,99 % .
Além de tantos cuidados , mais um eles tomaram : Athos ficou encarregado de , já no dia seguinte - um domingo , passar um fecho de chirca nas prováveis , ou hipotéticas , marcas que os pneus poderiam ter deixado , na terra do solo que - porventura - estivesse sem pasto ( assim é denominada a grama naqueles confins ) .
Nenhum rastro poderia ser percebido , ainda que por um gaudério desgarrado - destes que conhecem as pegadas como a palma da própria mão - que porventura andasse a esmo como eles tanto gostam de vadear .
A distância dos dez últimos quilômetros seria no outro dia batida pelo próprio Athos que , no último dia do feriadão de fim de ano , com um vassourão de chirca , varreria os lugares que tivessem sido em algo modificados pelos carros ; a menos chovesse . Aí as hipotéticas pegadas seriam apagadas pela chuva mesmo .
O cuidado era mesmo extremo : mesmo sendo certo que o caminho comumente não seria usado por quem quer que fosse ; mesmo assim eventuais rastros deveriam ser apagados . Este seriam , daí para frente os cuidados próprios d ´ Os novos Mosqueteiros .
Somente a título de curiosidade , no dia em que Athos passava a vassoura de chirca apareceu , já a uns três quilômetros do lugar onde entrara o furgão , que muito estranhou a atitude de Athos .
Era um cavaleiro que por acaso pegara aquele atalho , que depois dos cumprimentos de praxe perguntou :
- Que pasa ? Por que estás hoje aqui pelas Palmas ?
- Te olvidastes de que é no primeiro do ano que nós , lá de Camaquã , viemos para os campos para pegar as ervas que usaremos nas nossas macacoas , nas enxaquecas ?
- Pois eu te juro que não me lembrava disto . É que nós , lá das Palmas , pegamos as ervas na Semana Santa ... sendo assim ... buenas tardes indio velho !
- Buenas ! Respondeu Athos para o cavaleiro que começava a se afastar .
81 - Julietinha e o Oficial do vapor - Final B .
Como o furgão entrou no Uruguai pela estância de Pituca ele chegou até a praça dos bancos de Rivera como se tivesse realmente vindo do Uruguai . Se entrasse pela chamada Fronteira da Amizade ele viria do lado contrário . Contornou a praça General Artigas passando pela igreja , depois pela prefeitura , a chefatura de polícia , cruzou a esquina e parou na frente do Banco NRBZ . Ali na porta do banco Paulo Becerra Filho despediria-se de Aramis , que - com sangue frio - disse que esperaria pela praça , até que o dinheiro fosse conferido , para que Pituca lhe desse a sua parte . Tranquilizou-o dizendo que ele não se preocupasse ; que conhecia bem a cidade , os lugares onde poderia fazer um lanche .
Com um ar contido , mas de vitória , Aramis afastou-se do estancieiro , que por sua vez virou as costas para bater na porta - ou melhor - na garagem do banco . Em ato contínuo Aramis virou a esquina onde , na Calle San Martin , já lhe esperava uma bicicleta . O banco era numa casa antiga, mas bem pintada e com a marca internacional do banco estrategicamente fixada na esquina que confrontava com a praça General Artigas.
Quanto a topografia , o Uruguai é uma grande planície onde de bicicleta pode ir-se muito longe . E Aramis foi de pronto para o seu Pueblo , Colcabamba .
Na porta do NRBZ apareceu Don Paniagua , que cumprimentou Pituca , desejando-lhe um Feliz Ano Novo. Pituca abriu os braços e , eufórico , deu um abraço no banqueiro .
Entraram com o furgão na pequena garagem do banco , momento em que Pituca pegou o chaveiro - que até há pouco , para ele , estivera em poder de Silvério - experimentou chave por chave até que achou a que de fato virou a fechadura .
Com um ar contido , mas de vitória , Aramis afastou-se do estancieiro , que por sua vez virou as costas para bater na porta - ou melhor - na garagem do banco . Em ato contínuo Aramis virou a esquina onde , na Calle San Martin , já lhe esperava uma bicicleta . O banco era numa casa antiga, mas bem pintada e com a marca internacional do banco estrategicamente fixada na esquina que confrontava com a praça General Artigas.
Quanto a topografia , o Uruguai é uma grande planície onde de bicicleta pode ir-se muito longe . E Aramis foi de pronto para o seu Pueblo , Colcabamba .
Na porta do NRBZ apareceu Don Paniagua , que cumprimentou Pituca , desejando-lhe um Feliz Ano Novo. Pituca abriu os braços e , eufórico , deu um abraço no banqueiro .
Entraram com o furgão na pequena garagem do banco , momento em que Pituca pegou o chaveiro - que até há pouco , para ele , estivera em poder de Silvério - experimentou chave por chave até que achou a que de fato virou a fechadura .
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
80 - Julietinha e o Oficial do vapor . Final B
Silvério , só para confirmar o que já percebera , vestiu as calças e a camisa e foi até a porta do Boca de Ouro . Ali não tinha carro forte algum . Nada , além de um cachorro ovelheiro que olhou amistosamente para aquele que até ontem fora um segurança que escoltava as grandes somas de dinheiro que trazia do centro do país .
Mas se o mundo desabara , a vida continuava . Como sabia que seria inútil tentar encontrar , perseguir mesmo , Aramis ; porque, mais do que certamente ela fugira para o Uruguay ; e sendo ela uma nacional da República Oriental , inviabilizada estava qualquer perseguição "àquela vagabunda" .
Foi ao quarto de Carlão , bateu na porta quase derrubando-a : " Carlão , Carlão .... acabou tudo ... " . Foi quando apareceu no pequeníssimo corredor o terceiro capa preta , o Cabrito , já totalmente vestido ,,, " O que é isto Silvério ? Tu não estás parecendo um dos nossos .... "
Silvério foi direto : " Não somos mais o que fomos até ontem , Cabrito . Não somos mais nada . Roubaram a encomenda toda , até o carro foi levado ... "
Os dois correram para verem com os próprios olhos que nada mais havia que pudesse sequer oferecer alguma lembrança da profissão que os três tiveram até momentos atrás .
Um deles , o Carlão chorava em altos brados , mas foi Silvério quem tentou trazer-lhes para a realidade : " Esta era a maior das remessas; mesmo se fosse a menor delas , nem assim seríamos compreendidos , desculpados . Quer dizer que agora só nos resta nos dividirmos , porque juntos seremos presas ainda mais fáceis da vingança que daqui a pouco será mandada contra nós . Só nos resta fugir , sair daqui o mais depressa possível . Como hoje é fim de ano , o dia primeiro do ano , isto deve nos dar uma luz , um tempo de vantagem sobre os nossos perseguidores .
Silvério botou a mão no bolso e retirou todo o dinheiro que tinha , dividindo-o com exatidão para logo depois entregar a cada um dos outros dois o que restara .
" De agora em diante é cada um por si . Quanto mais longe daqui , mais próximos estaremos da salvação de nossas vidas . Eu dei uma olhada no mapa e já sei onde vou tentar me esconder . Bem que eu poderia dar uma opinião , um palpite de para onde vocês poderiam fugir . Mas só vou falar sobre isto por alto . Acho mesmo que vocês vocês poderiam mudar de cara , de jeito de falar , mas nada vou impor . Só sei que a partir de agora teremos que nos camuflar . E fugir . Fugir para salvar nossas vidas . Fugir , se quisermos nos salvar . Não se esqueçam que temos uma vantagem de um dia sobre nossos perseguidores . E não devemos deixar que esta vantagem diminua .
Pelos meus cálculos , este dia de vantagem é crucial . Também não se esqueçam que teremos , cada um ter uma história que seja aceitável , na ponta da língua . "
A seguir , Silvério narrou a passagem do Velho Testamento que falava da mulher que , por arriscar sentir saudades da vida anterior que levava, foi por Deus castigada , transformando-a numa estátua de sal . Enfatizou que todos era jovens , e que também isto seria um fator que facilitaria as coisas .
Ainda que não quisesse algo determinar , lembrou que estavam há umas seis a oito horas do porto de Rio Grande , e que a marinha mercante não costumava fazer muitas perguntas aos voluntários dispostos a trabalhar dentro de suas duras condições . Disse-lhes , ainda , que o Paraguai também estava há poucas horas dali , com um tráfego ininterrupto de caminhões para os país guarani , lugar espetacularmente desorganizado , em que , certamente não faltariam chances de manter alguém distanciado do risco maior : ser abatido pelos justiceiros que logo estariam em seu encalço . Por fim , Silvério lembrou-lhes que numa cidade grande , como a capital do estado , não seria difícil esconder-se .
Mas se o mundo desabara , a vida continuava . Como sabia que seria inútil tentar encontrar , perseguir mesmo , Aramis ; porque, mais do que certamente ela fugira para o Uruguay ; e sendo ela uma nacional da República Oriental , inviabilizada estava qualquer perseguição "àquela vagabunda" .
Foi ao quarto de Carlão , bateu na porta quase derrubando-a : " Carlão , Carlão .... acabou tudo ... " . Foi quando apareceu no pequeníssimo corredor o terceiro capa preta , o Cabrito , já totalmente vestido ,,, " O que é isto Silvério ? Tu não estás parecendo um dos nossos .... "
Silvério foi direto : " Não somos mais o que fomos até ontem , Cabrito . Não somos mais nada . Roubaram a encomenda toda , até o carro foi levado ... "
Os dois correram para verem com os próprios olhos que nada mais havia que pudesse sequer oferecer alguma lembrança da profissão que os três tiveram até momentos atrás .
Um deles , o Carlão chorava em altos brados , mas foi Silvério quem tentou trazer-lhes para a realidade : " Esta era a maior das remessas; mesmo se fosse a menor delas , nem assim seríamos compreendidos , desculpados . Quer dizer que agora só nos resta nos dividirmos , porque juntos seremos presas ainda mais fáceis da vingança que daqui a pouco será mandada contra nós . Só nos resta fugir , sair daqui o mais depressa possível . Como hoje é fim de ano , o dia primeiro do ano , isto deve nos dar uma luz , um tempo de vantagem sobre os nossos perseguidores .
Silvério botou a mão no bolso e retirou todo o dinheiro que tinha , dividindo-o com exatidão para logo depois entregar a cada um dos outros dois o que restara .
" De agora em diante é cada um por si . Quanto mais longe daqui , mais próximos estaremos da salvação de nossas vidas . Eu dei uma olhada no mapa e já sei onde vou tentar me esconder . Bem que eu poderia dar uma opinião , um palpite de para onde vocês poderiam fugir . Mas só vou falar sobre isto por alto . Acho mesmo que vocês vocês poderiam mudar de cara , de jeito de falar , mas nada vou impor . Só sei que a partir de agora teremos que nos camuflar . E fugir . Fugir para salvar nossas vidas . Fugir , se quisermos nos salvar . Não se esqueçam que temos uma vantagem de um dia sobre nossos perseguidores . E não devemos deixar que esta vantagem diminua .
Pelos meus cálculos , este dia de vantagem é crucial . Também não se esqueçam que teremos , cada um ter uma história que seja aceitável , na ponta da língua . "
A seguir , Silvério narrou a passagem do Velho Testamento que falava da mulher que , por arriscar sentir saudades da vida anterior que levava, foi por Deus castigada , transformando-a numa estátua de sal . Enfatizou que todos era jovens , e que também isto seria um fator que facilitaria as coisas .
Ainda que não quisesse algo determinar , lembrou que estavam há umas seis a oito horas do porto de Rio Grande , e que a marinha mercante não costumava fazer muitas perguntas aos voluntários dispostos a trabalhar dentro de suas duras condições . Disse-lhes , ainda , que o Paraguai também estava há poucas horas dali , com um tráfego ininterrupto de caminhões para os país guarani , lugar espetacularmente desorganizado , em que , certamente não faltariam chances de manter alguém distanciado do risco maior : ser abatido pelos justiceiros que logo estariam em seu encalço . Por fim , Silvério lembrou-lhes que numa cidade grande , como a capital do estado , não seria difícil esconder-se .
sábado, 10 de agosto de 2013
79 - Julietinha e o Oficial do Vapor - Final B
Naquele momento , fronteiriço entre o dormir e o estar desperto , Silvério , o chefe dos Capa-Pretas , esticou o braço na altura de onde deveria estar a concha de Aramis . Já era hábito que no despertar os amantes renovassem os votos da paixão que os unia com uma reiteração matinal do seu intenso amor . Não foi preciso uma segunda tentativa de apalpar sua amada para que , num estalo , percebesse a traição da uruguaia . Não , não era uma intuição . A cama , vazia da amante , era um sinal claro de que aquela vida que Silvério vivera até ali tinha se acabado .
Lembrou-se que uma das exigências que os corruptos fizeram ao montar o time de capa-pretas que guardaria os valores em suas realocações para o paraíso fiscal era que os guardas fossem solteiros . Achavam , tais pessoas , que sendo solteiro o homem que escoltaria os valores teria , na possibilidade de precisar resistir a um assalto , muito mais desprendimento para arriscar verdadeiramente sua vida na defesa dos bens que jurou transportar .
Assim , quis o destino que os três capa-pretas desfrutassem agora , que a montanha de dólares batera as asas para outros donos , da possibilidade única para as suas sobrevivências : desaparecerem na poeira da estrada que os trouxera até o Boca de Ouro .
Nos demais quartinhos do bordel , as moças permaneceram com seus companheiros , era a confirmação de que quem traíra fora Aramis .
Na mesinha do pequeno quarto uma folha de papel com a bela letra de Aramis : " La mujer tiene alas en la punta del corazón " . Silvério leu e chorou como nunca tinha chorado em toda a sua vida .
Lembrou-se que uma das exigências que os corruptos fizeram ao montar o time de capa-pretas que guardaria os valores em suas realocações para o paraíso fiscal era que os guardas fossem solteiros . Achavam , tais pessoas , que sendo solteiro o homem que escoltaria os valores teria , na possibilidade de precisar resistir a um assalto , muito mais desprendimento para arriscar verdadeiramente sua vida na defesa dos bens que jurou transportar .
Assim , quis o destino que os três capa-pretas desfrutassem agora , que a montanha de dólares batera as asas para outros donos , da possibilidade única para as suas sobrevivências : desaparecerem na poeira da estrada que os trouxera até o Boca de Ouro .
Nos demais quartinhos do bordel , as moças permaneceram com seus companheiros , era a confirmação de que quem traíra fora Aramis .
Na mesinha do pequeno quarto uma folha de papel com a bela letra de Aramis : " La mujer tiene alas en la punta del corazón " . Silvério leu e chorou como nunca tinha chorado em toda a sua vida .
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
78 - Julietinha e o Oficial do vapor . Final B
No meio da madrugada - e pouco depois de D´Artagnan aliviar o furgão original - Pituca e Aramis escorregaram ladeira abaixo o furgão deles . Pouco a pouco , muito devagar mesmo, o carro foi ganhando alguma velocidade - mas só pela lei da gravidade - na descida da baixada . Os pretensos sócios - Pituca e Aramis - rezavam para que nenhum dos capa-pretas aparecesse na porta , certamente de arma na mão , provavelmente dando tiros na direção daqueles que furtavam a que seria a maior das remessas de dólares - estimava-se que estariam ali vinte milhões deles - que , em princípio , deveriam estar guardados pelos Capa Pretas até que fossem entregues à agência cisplatina do banco nos Alpes .
Enfim Pituca colocou a segunda marcha para com ela dar o tranco no carro que fez o motor pegar . Ainda que olhasse no retrovisor - e como ele olhava ! - o estancieiro nada via , só a escuridão do momento mais escuro da madrugada . Além disto , ele também nada ouvia , sinal evidente de que os Capa-Pretas dormiam não representando perigo algum para quem fugiu com , ou melhor , sem a carga dólares . Pituca e Aramis deram altas gargalhadas ao pensarem como os guardas despertariam . Será que entrariam em choque ?
Era provável ; muito provável , que eles queimariam as próprias naves para - então - estabelecerem-se naqueles pampas, porque se voltassem para o Rio de Janeiro os espertos , os que furtaram os dólares que acabaram de vazar ladeira abaixo , os construtores de Brasilia não perdoariam aqueles capa-pretas que sempre foram pagos regiamente pelo serviços que prometeram fazer com total dedicação .
Mas foi o amor , a paixão por àquelas belas gauchas que modificou o caráter dos seguranças , vindo-se mais uma vez confirmar o dito popular daquelas plagas que diz que mais puxa um par de pentelhos do que uma junta de boi brazino .
Como acontece com os muito ricos , Pituca não chegou a perceber que o dinheiro que ofereceu à Aramis era insignificante . Tudo porque sabia que Aramis era do Taquarembó - um pueblo perdido no interior da República Oriental - também conhecida como república cisplatina . Pela sua forma de ver a vida , as pessoas , e o mundo , Pituca pensou que Aramis se emocionaria tanto , ao ver em suas mãos cem mil dólares , que não se daria conta da relatividade entre os valores que restariam para cada um dos hipotéticos sócios . Ele ganharia - caso os vinte milhões de dólares viessem a ser confirmados - , duzentas vezes o que caberia á Aramis .
O certo é que Pituca nunca desconfiou que isto poderia o seu plano ao fracasso . E , certamente , ajudou no seu fracasso . Imaginemos que Pituca dividisse meio a meio os vinte milhões . Provavelmente , nem assim Aramis trairia Os Mosqueteiros . Provavelmente .
Amanhecia quando - por dentro daquela estância de Pituca - chegaram à Rivera .
Aramis despediu-se de Pituca , ficando certo que daí há duas horas encontrariam-se no saguão do hotel , ficando implícito que a sua hipotética parte seria-lhe paga neste encontro .
O dinheiro de Brasilia tornou-se agora a esperança de Pituca entrar numa bolada federal .
Enfim Pituca colocou a segunda marcha para com ela dar o tranco no carro que fez o motor pegar . Ainda que olhasse no retrovisor - e como ele olhava ! - o estancieiro nada via , só a escuridão do momento mais escuro da madrugada . Além disto , ele também nada ouvia , sinal evidente de que os Capa-Pretas dormiam não representando perigo algum para quem fugiu com , ou melhor , sem a carga dólares . Pituca e Aramis deram altas gargalhadas ao pensarem como os guardas despertariam . Será que entrariam em choque ?
Era provável ; muito provável , que eles queimariam as próprias naves para - então - estabelecerem-se naqueles pampas, porque se voltassem para o Rio de Janeiro os espertos , os que furtaram os dólares que acabaram de vazar ladeira abaixo , os construtores de Brasilia não perdoariam aqueles capa-pretas que sempre foram pagos regiamente pelo serviços que prometeram fazer com total dedicação .
Mas foi o amor , a paixão por àquelas belas gauchas que modificou o caráter dos seguranças , vindo-se mais uma vez confirmar o dito popular daquelas plagas que diz que mais puxa um par de pentelhos do que uma junta de boi brazino .
Como acontece com os muito ricos , Pituca não chegou a perceber que o dinheiro que ofereceu à Aramis era insignificante . Tudo porque sabia que Aramis era do Taquarembó - um pueblo perdido no interior da República Oriental - também conhecida como república cisplatina . Pela sua forma de ver a vida , as pessoas , e o mundo , Pituca pensou que Aramis se emocionaria tanto , ao ver em suas mãos cem mil dólares , que não se daria conta da relatividade entre os valores que restariam para cada um dos hipotéticos sócios . Ele ganharia - caso os vinte milhões de dólares viessem a ser confirmados - , duzentas vezes o que caberia á Aramis .
O certo é que Pituca nunca desconfiou que isto poderia o seu plano ao fracasso . E , certamente , ajudou no seu fracasso . Imaginemos que Pituca dividisse meio a meio os vinte milhões . Provavelmente , nem assim Aramis trairia Os Mosqueteiros . Provavelmente .
Amanhecia quando - por dentro daquela estância de Pituca - chegaram à Rivera .
Aramis despediu-se de Pituca , ficando certo que daí há duas horas encontrariam-se no saguão do hotel , ficando implícito que a sua hipotética parte seria-lhe paga neste encontro .
O dinheiro de Brasilia tornou-se agora a esperança de Pituca entrar numa bolada federal .
Marcadores:
amor,
Brasília,
capa-pretas,
capítulo 78,
D ´Artagnan,
dinheiro,
estancieiro,
final B,
madrugada,
mosqueteiros,
República Oriental,
Taquarembó
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Azul da Índia .
A reunião já estava marcada há quatro meses , mas ele não dera importância para o inverno de Moscou . Mas era inverno em Moscou .
Ainda sem pensar no problema , deixou para pintar os cabelos - já com uns sessenta por cento de brancos - no hotel .
No elevador ele e o indiano de enorme turbante azul sorriram um para o outro arriscando um good mornig também recíproco.
O frio lá fora não tinha precedentes para eles ; mesmo assim pediu para a mulher passar a tintura . Contou os minutos e foi para o banho. Segundos depois faltou energia elétrica .
" Comunistas filhos da puta ! " vociferou . Desesperou-se : as luzes de emergência se acenderam mas o chuveiro do banheiro que era igual aos do Brasil : não tinha um reservatório de água quente sendo , cada um deles , um aquecedor independente , e gelado . Sem energia , a água instantaneamente foi para quase zero grau .
A reunião , o cabelo empapado de tinta marrom ... água a zero grau ..... .
Chegou na reunião de turbante azul .
Ainda sem pensar no problema , deixou para pintar os cabelos - já com uns sessenta por cento de brancos - no hotel .
No elevador ele e o indiano de enorme turbante azul sorriram um para o outro arriscando um good mornig também recíproco.
O frio lá fora não tinha precedentes para eles ; mesmo assim pediu para a mulher passar a tintura . Contou os minutos e foi para o banho. Segundos depois faltou energia elétrica .
" Comunistas filhos da puta ! " vociferou . Desesperou-se : as luzes de emergência se acenderam mas o chuveiro do banheiro que era igual aos do Brasil : não tinha um reservatório de água quente sendo , cada um deles , um aquecedor independente , e gelado . Sem energia , a água instantaneamente foi para quase zero grau .
A reunião , o cabelo empapado de tinta marrom ... água a zero grau ..... .
Chegou na reunião de turbante azul .
quarta-feira, 31 de julho de 2013
77 - Julietinha e o Oficial do vapor - final B
Se olhassemos com uma lente que pegasse a amplitude do plano dos Mosqueteiros veria-se que boa parte dele estava fechado . Tudo vinha acontecendo como fora previsto . Pituca veio mesmo conversar com Aramis , que mostrou-se hábil na dissimulação de que estaria absolutamente comprometida com o estancieiro , inclusive mostrando-se muito feliz pelo prêmio que receberia . Mesmo assim , alguns problemas permaneciam . Um dos seguranças , dos Capa-Pretas , não bebia álcool . A questão agora - de Pituca e Aramis - era como embebeda-lo . Aramis lembrou que , apesar de beber somente sucos de frutas , sobressaia a fama dele ser muito interessado em sexo - nas suas formas mais , digamos , originais e excêntricas . Pelo menos foi o que confidenciou Prendoca , que era a moça que atendia o vigilante .
Foi quando Pituca sugeriu que um sonífero fosse jogado no suco que o homem beberia . Aramis lembrou-se que D´Artagnan certamente não concordaria com o artifício , eis que o alívio de excessos pecuniários só admitia meios naturais para a requisição deles . Também lembrou-se que Prendoca segredou que por mais de uma vez o amante sugerira que ela chamasse outras meninas para participarem de sexo a três , ou quantas mais quisessem divertir-se com a orgia .
Pituca exultou , dizendo que : " Contratarei desde já moças dispostas a tudo que passar pela cabeça do quéra ! " Prendoca , mais duas , teriam a missão mantê-lo totalmente envolvido no bacanal .
Fechando mais um pouco o foco : D ´Artagnan , sabendo que o acesso de carros ao Boca de Ouro ( que , aliás , estava de há muito tempo fechado para funcionamento exclusivo dos planos de Pituca ) concluiu que o pequeno caminhão adquirido por Athos deveria chegar com o motor desligado . Logo a seguir , já com os Capa-Pretas anestesiados pela atuação das prostitutas , D ´ Artagnan se apossaria da chave do caminhão , onde estava o dinheiro , deixando a chave do caminhão falso para que , em breves minutos , fosse furtado por Pituca , que também as chaves entregues por Aramis . A Mosqueteira informaria o Pituca da hora prevista para ele chegar , momento em que os seguranças estariam fora de combate .
D ´ Artagnan , por sua vez , também desceria a rua com o motor apagado , vindo a ligá-lo somente quando o ruído do motor já não pudesse ser ouvido pelos seguranças .
Aramis seguiria com Pituca , que tomaria a direção da República Oriental onde - ainda que fosse feriado - teria Don Paniagua a esperar-lhe , com funcionários de sua estrita confiança , prontos para conferir , receber e dar recibo do depósito .
Don Paniagua dissera à Pituca que tão logo o depósito fosse noticiado , e desde que o telex passado por Paniagua fosse recebido no paraíso fiscal , tudo isto resultaria em que tudo estivesse praticamente consumado : Sim , o dinheiro estando lá na Europa já seria , praticamente , uma propriedade de Pituca ; que mesmo assim , perguntou ao banqueiro :
" Vou ser franco , Don Paniagua ... não gostei do senhor ter usado duas vezes o tal de "praticamente " Minha pergunta é : e quando eu serei teórica - além de praticamente - totalmente dono do dinheiro ? "
" Usted solamente será dueño de la plata , en toda la plenitud del termo , después que se passar um dia , um dia de veinte e quatro horas pasadas , um dia después del dinero estar em mis manos , niño Pituca . "
Por tal aviso , Pituca soube que o dinheiro seria verdadeiramente seu somente depois de dormir por vinte e quatro horas com os banqueiros . Naquele momento o dinheiro seria definitivamente propriedade sua , nada mais podendo ser feito por quem quer que fosse para modificar tal estado de propriedade .
Aramis despediria-se de Pituca na entrada de Rivera , e desapareceria no interior do país . A moça seguiria para o pueblo onde nascera ; totalmente distanciado de qualquer novidade que pudesse ser filtrada , de Rivera para o pueblo . Além disto , em po ali ninguém sabia da profissão de Aramis .
Sim , o tesouro seria sepultado em trigo , dentro de um grande silo , onde o pequeno caminhão hibernaria temporariamente . Até mesmo as marcas dos pneus do verdadeiro carro transportador seriam apagadas , confundidas , de forma a impossibilitar a quem que - por remota possibilidade - ali passasse , mesmo que fosse no outro dia , pudesse perceber qualquer marca do carro pagador desaparecido .
Logo para o outro dia , D Ártagnan - com suas amizades aos gaúchos daquele fim de mundo , já programara a chegada de quatro grandes carretas de trigo a ser depositado no silo , que - por sinal - já estava limpo , tão somente com o pequeno caminhão que , não por acaso , ficaria exatamente onde a esteira despejaria o cereal .
Os Mosqueteiros sabiam que riscos sempre existiriam . Mas esta alternativa de esconderijo foi a escolhida porque concluiu-se que nenhum dos que se sentiriam prejudicados poderiam reclamar a perda do tesouro ; para quem quer que fosse , na República Oriental , ou mesmo no Brasil .
Restaria aos Mosqueteiros a missão de ocultação do alívio de realizações pecuniárias , até que a toda a areia passasse pelo buraco da ampulheta .
D ´ Artagnan , por sua vez , também desceria a rua com o motor apagado , vindo a ligá-lo somente quando o ruído do motor já não pudesse ser ouvido pelos seguranças .
Aramis seguiria com Pituca , que tomaria a direção da República Oriental onde - ainda que fosse feriado - teria Don Paniagua a esperar-lhe , com funcionários de sua estrita confiança , prontos para conferir , receber e dar recibo do depósito .
Don Paniagua dissera à Pituca que tão logo o depósito fosse noticiado , e desde que o telex passado por Paniagua fosse recebido no paraíso fiscal , tudo isto resultaria em que tudo estivesse praticamente consumado : Sim , o dinheiro estando lá na Europa já seria , praticamente , uma propriedade de Pituca ; que mesmo assim , perguntou ao banqueiro :
" Vou ser franco , Don Paniagua ... não gostei do senhor ter usado duas vezes o tal de "praticamente " Minha pergunta é : e quando eu serei teórica - além de praticamente - totalmente dono do dinheiro ? "
" Usted solamente será dueño de la plata , en toda la plenitud del termo , después que se passar um dia , um dia de veinte e quatro horas pasadas , um dia después del dinero estar em mis manos , niño Pituca . "
Por tal aviso , Pituca soube que o dinheiro seria verdadeiramente seu somente depois de dormir por vinte e quatro horas com os banqueiros . Naquele momento o dinheiro seria definitivamente propriedade sua , nada mais podendo ser feito por quem quer que fosse para modificar tal estado de propriedade .
Aramis despediria-se de Pituca na entrada de Rivera , e desapareceria no interior do país . A moça seguiria para o pueblo onde nascera ; totalmente distanciado de qualquer novidade que pudesse ser filtrada , de Rivera para o pueblo . Além disto , em po ali ninguém sabia da profissão de Aramis .
Sim , o tesouro seria sepultado em trigo , dentro de um grande silo , onde o pequeno caminhão hibernaria temporariamente . Até mesmo as marcas dos pneus do verdadeiro carro transportador seriam apagadas , confundidas , de forma a impossibilitar a quem que - por remota possibilidade - ali passasse , mesmo que fosse no outro dia , pudesse perceber qualquer marca do carro pagador desaparecido .
Logo para o outro dia , D Ártagnan - com suas amizades aos gaúchos daquele fim de mundo , já programara a chegada de quatro grandes carretas de trigo a ser depositado no silo , que - por sinal - já estava limpo , tão somente com o pequeno caminhão que , não por acaso , ficaria exatamente onde a esteira despejaria o cereal .
Os Mosqueteiros sabiam que riscos sempre existiriam . Mas esta alternativa de esconderijo foi a escolhida porque concluiu-se que nenhum dos que se sentiriam prejudicados poderiam reclamar a perda do tesouro ; para quem quer que fosse , na República Oriental , ou mesmo no Brasil .
Restaria aos Mosqueteiros a missão de ocultação do alívio de realizações pecuniárias , até que a toda a areia passasse pelo buraco da ampulheta .
domingo, 28 de julho de 2013
Dúvida Cruel .
Prezados 30 leitores !
Confesso que bateu de novo aquela dúvida de que só sou lido pelos computadores e olheiros dos Big Brothers . Sim , no plural mesmo . Isto porque - de longe - a minha maior audiência está nos Estados Unidos e .... na Rússia . Os dois lugares em que , segundo a grande imprensa , mais se valem das "escutas" computadorizadas . Mas , se assim for , será que pelo menos meus textos passam pelos computadores . Ou , por outra , será que eles despertam algum interesse , pelo menos dos computadores espiões ?
Será que as máquinas cospem o meu texto impresso na caixa dos de alto risco , os que , em papel , vão para que algum agente de óculos de vidro grosso o leiam ?
E se isto acontecer , será que o agente de óculos de fundo garrafa acha alguma graça neles ?
Será - caros perseguidores humanos - que o que eu escrevo é mesmo lido por um ser humano ? Nos Estados Unidos , ou na Russia ?
Não sei porque lembrei agora daquele lusitano de nome Manoel que ao ser chamado pelo amigo Joaquim para que constatasse que sua mulher estava entrando num motel com outro , aduziu ao amigo : " Esta dúvida é que me mata ... o que eles estão a fazer lá dentro ? "
Mas uma coisa é certa : já perdi todos os amigos que , de uma forma ou de outra , descobriram estas minhas poucas e mal traçadas linhas ( bota mal traçadas nisto ! ) . Nenhum deu continuidade normal à amizade : " Ele é um canalha e eu não sabia ... " " Não é que ele é um comunista disfarçado de americanólogo " " Quem diria ... ele que parecia ser uma pessoa tão legal ... "
O pior : troquei amigos de verdade , de carne e osso , daqueles que emprestam o ombro para as horas difíceis , os que já pagaram tantas cervejas ( um deles , um dos amigos que perdi , dividia pastel daquela pastelaria chinesa que fica em frente do Correio Central ... e sabem por que ? porque não tínhamos dinheiro no bolso para comprar dois pastéis ) . Amigo que , na hora da pior dureza ficava em casa para emprestar-me os sapatos para eu ir a uma entrevista para um novo emprego . Foi eles que eu perdi !
Perdi todos . Todos eles . Uns pela dúvida estética ( puxa , mas como o cara escreve mal ! ) . Outros pela certeza política ( enfim descobri que o cara é melancia : verde por fora , mas vermelho por dentro ) . E outros simplesmente por motivos que não consegui identificar .
Nem mesmo os amigos que eu tinha no estrangeiro arriscam um alô ! ("e se a ASN está na cola do cara ? " )
Todos trocados por quem ? Ou melhor : todos eles trocados por que ?
Como sempre , eu me respondo : Trocados pelos computadores espias de Tio Sam . Ou pelos contra-espias do Kremlin !
E eu , que só queria tentar a sorte como escrivinhador ...
PS : Absolutamente imperdível a crônica "Orégano " do Mestre Luis Fernando Veríssimo que trata deste mesmo tema . Agora sei - com um milhão de desculpas ao LFV - porque rezei tanto para que o cara não fosse prematuramente comer capim pela raiz : foi para não perder as suas crônicas .
Confesso que bateu de novo aquela dúvida de que só sou lido pelos computadores e olheiros dos Big Brothers . Sim , no plural mesmo . Isto porque - de longe - a minha maior audiência está nos Estados Unidos e .... na Rússia . Os dois lugares em que , segundo a grande imprensa , mais se valem das "escutas" computadorizadas . Mas , se assim for , será que pelo menos meus textos passam pelos computadores . Ou , por outra , será que eles despertam algum interesse , pelo menos dos computadores espiões ?
Será que as máquinas cospem o meu texto impresso na caixa dos de alto risco , os que , em papel , vão para que algum agente de óculos de vidro grosso o leiam ?
E se isto acontecer , será que o agente de óculos de fundo garrafa acha alguma graça neles ?
Será - caros perseguidores humanos - que o que eu escrevo é mesmo lido por um ser humano ? Nos Estados Unidos , ou na Russia ?
Não sei porque lembrei agora daquele lusitano de nome Manoel que ao ser chamado pelo amigo Joaquim para que constatasse que sua mulher estava entrando num motel com outro , aduziu ao amigo : " Esta dúvida é que me mata ... o que eles estão a fazer lá dentro ? "
Mas uma coisa é certa : já perdi todos os amigos que , de uma forma ou de outra , descobriram estas minhas poucas e mal traçadas linhas ( bota mal traçadas nisto ! ) . Nenhum deu continuidade normal à amizade : " Ele é um canalha e eu não sabia ... " " Não é que ele é um comunista disfarçado de americanólogo " " Quem diria ... ele que parecia ser uma pessoa tão legal ... "
O pior : troquei amigos de verdade , de carne e osso , daqueles que emprestam o ombro para as horas difíceis , os que já pagaram tantas cervejas ( um deles , um dos amigos que perdi , dividia pastel daquela pastelaria chinesa que fica em frente do Correio Central ... e sabem por que ? porque não tínhamos dinheiro no bolso para comprar dois pastéis ) . Amigo que , na hora da pior dureza ficava em casa para emprestar-me os sapatos para eu ir a uma entrevista para um novo emprego . Foi eles que eu perdi !
Perdi todos . Todos eles . Uns pela dúvida estética ( puxa , mas como o cara escreve mal ! ) . Outros pela certeza política ( enfim descobri que o cara é melancia : verde por fora , mas vermelho por dentro ) . E outros simplesmente por motivos que não consegui identificar .
Nem mesmo os amigos que eu tinha no estrangeiro arriscam um alô ! ("e se a ASN está na cola do cara ? " )
Todos trocados por quem ? Ou melhor : todos eles trocados por que ?
Como sempre , eu me respondo : Trocados pelos computadores espias de Tio Sam . Ou pelos contra-espias do Kremlin !
E eu , que só queria tentar a sorte como escrivinhador ...
PS : Absolutamente imperdível a crônica "Orégano " do Mestre Luis Fernando Veríssimo que trata deste mesmo tema . Agora sei - com um milhão de desculpas ao LFV - porque rezei tanto para que o cara não fosse prematuramente comer capim pela raiz : foi para não perder as suas crônicas .
76 - Julietinha e o oficial do vapor - final B
D - Artagnan , ao voltarem do almoço na reunião de Santa Maria , fez mais uma preleção aos Mosqueteiros , o que ele chamava de "base moral para os atos de alívio " .
" Não pensem , Mosqueteiros , que vocês serão os primeiros a porem em prática esta espécie de obtenção de propriedade numa de suas formas de aquisição originária . Não , muitos outros já o fizeram através dos séculos . Daí eu ter que , agora , fazer uma distinção entre o que diz o aforismo " Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão " e o alívio que vamos em breves dias praticar. Embora nos seus aspectos religiosos o dito popular sirva para uma expiação prévia de algo - o roubo - defeso , eis que proibido pela leis da Santa Madre Igreja ; por isto é preciso diferenciar , separar mesmo , o joio do trigo . Companheiros , neste balaio , o roubo é o joio ; mas o trigo ... o trigo é o justo , é o natural alívio de excessos de realizações pecuniárias . A propósito : um exemplo recente , mas que já se tornou um clássico , deu-se quando um dos mais grandes maiorais de Brasilia - agora mesmo , com a construção da nova capital - usou daquilo que a gíria chama de "laranja" , para ampliar suas realizações excessivas .
Tal Maioral ( por sinal , de graduação máxima na hierarquia de tais peixes grandes ) tinha um preposto , uma terceira pessoa de sua absoluta confiança ; repito : um laranja . Sabe-se que o Maioral recebeu um edifício , de muitos andares , naquilo que chama de "dação em pagamento" , só que de origem corrupta . Ganhou , como parte de pagamento de uma excessiva realização pecuniária , um prédio numa das ruas mais valorizadas do Bairro de Ipanema , no Rio de Janeiro . Mas como o nome do Maioral não podia aparecer na transação , pediu para o terceiro de sua confiança receber como se fosse seu o imóvel , no que foi atendido pelo preposto sem maiores indagações . Tudo sob o juramento tácito de que o edifício ficasse às ordens do Maioral , inclusive para eventual transferência do domínio a quem ele mandasse . E não é que o preposto morreu logo depois e , vindo um terceiro moço de recados informar - a mando do Maioral - à viúva que ele queria que o imóvel fosse transferido a outro preposto . Mas a viúva respondeu que desconhecia qualquer acordo ou combinação de seu finado marido com quem quer que fosse ; e , que para todos os fins , o imóvel pertencia ao marido , mas também a ela própria , eis que casados em regime de comunhão universal de bens . É claro que o Maioral teve que comer com casca e tudo o fruto servido pela viúva . Pergunto-lhes , corajosos Mosqueteiros : o que fez a viúva ? Como pode ser classificado o ato praticado pela senhora ? "
Foi Athos o primeiro a responder : " Ela praticou um alívio de excessos de realizações " . O que foi confirmado pelos demais mosqueteiros com um balançar afirmativo de cabeça muito bem explicitado .
"Certo , Mosqueteiro Athos ! a viúva agiu como nós deveremos agir : sem violência - eis que o uso da força bruta descaracteriza o alívio , que jamais pode ser confundido com qualquer outra forma de aquisição da propriedade . Obter propriedade pela força caracteriza o roubo . Mas consegui-la - quando excessiva - pelo alívio , aí tem-se - seguramente - uma forma lícita de adquirir o que foi obtido - aí sim - de forma ilícita , criminosa mesmo . E , para concluir , pergunto : por que o objeto dos alívios tem que - antes - serem tisnados pelo crime , pela ilicitude ? "
D´Artagnan não demorou a , ele próprio , responder : " Porque também a obtenção da propriedade tem condicionantes a serem respeitadas . E se isto não acontecer de forma criteriosa , e - além disto - ela for excessiva , pode ser - tranquilamente - aliviada . " Concluiu D ´Artagnan sob aplauso dos companheiros.
" Não pensem , Mosqueteiros , que vocês serão os primeiros a porem em prática esta espécie de obtenção de propriedade numa de suas formas de aquisição originária . Não , muitos outros já o fizeram através dos séculos . Daí eu ter que , agora , fazer uma distinção entre o que diz o aforismo " Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão " e o alívio que vamos em breves dias praticar. Embora nos seus aspectos religiosos o dito popular sirva para uma expiação prévia de algo - o roubo - defeso , eis que proibido pela leis da Santa Madre Igreja ; por isto é preciso diferenciar , separar mesmo , o joio do trigo . Companheiros , neste balaio , o roubo é o joio ; mas o trigo ... o trigo é o justo , é o natural alívio de excessos de realizações pecuniárias . A propósito : um exemplo recente , mas que já se tornou um clássico , deu-se quando um dos mais grandes maiorais de Brasilia - agora mesmo , com a construção da nova capital - usou daquilo que a gíria chama de "laranja" , para ampliar suas realizações excessivas .
Tal Maioral ( por sinal , de graduação máxima na hierarquia de tais peixes grandes ) tinha um preposto , uma terceira pessoa de sua absoluta confiança ; repito : um laranja . Sabe-se que o Maioral recebeu um edifício , de muitos andares , naquilo que chama de "dação em pagamento" , só que de origem corrupta . Ganhou , como parte de pagamento de uma excessiva realização pecuniária , um prédio numa das ruas mais valorizadas do Bairro de Ipanema , no Rio de Janeiro . Mas como o nome do Maioral não podia aparecer na transação , pediu para o terceiro de sua confiança receber como se fosse seu o imóvel , no que foi atendido pelo preposto sem maiores indagações . Tudo sob o juramento tácito de que o edifício ficasse às ordens do Maioral , inclusive para eventual transferência do domínio a quem ele mandasse . E não é que o preposto morreu logo depois e , vindo um terceiro moço de recados informar - a mando do Maioral - à viúva que ele queria que o imóvel fosse transferido a outro preposto . Mas a viúva respondeu que desconhecia qualquer acordo ou combinação de seu finado marido com quem quer que fosse ; e , que para todos os fins , o imóvel pertencia ao marido , mas também a ela própria , eis que casados em regime de comunhão universal de bens . É claro que o Maioral teve que comer com casca e tudo o fruto servido pela viúva . Pergunto-lhes , corajosos Mosqueteiros : o que fez a viúva ? Como pode ser classificado o ato praticado pela senhora ? "
Foi Athos o primeiro a responder : " Ela praticou um alívio de excessos de realizações " . O que foi confirmado pelos demais mosqueteiros com um balançar afirmativo de cabeça muito bem explicitado .
"Certo , Mosqueteiro Athos ! a viúva agiu como nós deveremos agir : sem violência - eis que o uso da força bruta descaracteriza o alívio , que jamais pode ser confundido com qualquer outra forma de aquisição da propriedade . Obter propriedade pela força caracteriza o roubo . Mas consegui-la - quando excessiva - pelo alívio , aí tem-se - seguramente - uma forma lícita de adquirir o que foi obtido - aí sim - de forma ilícita , criminosa mesmo . E , para concluir , pergunto : por que o objeto dos alívios tem que - antes - serem tisnados pelo crime , pela ilicitude ? "
D´Artagnan não demorou a , ele próprio , responder : " Porque também a obtenção da propriedade tem condicionantes a serem respeitadas . E se isto não acontecer de forma criteriosa , e - além disto - ela for excessiva , pode ser - tranquilamente - aliviada . " Concluiu D ´Artagnan sob aplauso dos companheiros.
sexta-feira, 26 de julho de 2013
75 - Julietinha e o Oficial do vapor - Final B
Em reunião , os Novos Mosqueteiros decidiram que haveria a cada dois dias , e por telefone , a coleta das novidades aliviantes . Os esgrimistas daqueles pampas usariam os aparelhos comunitários que a empresa de telefonia colocara nas ruas que permitiam o recebimento de ligações por quem estivesse por perto deles. Com este meio , D´ Artagnan saberia as novidades e daria as novas diretrizes aos colegas.
De agora para frente o mais importante seria que todos se recordassem de suas experiências de vida para que as soluções dos problemas tivessem base na realidade de cada um dos Mosqueteiros .
De agora para frente o mais importante seria que todos se recordassem de suas experiências de vida para que as soluções dos problemas tivessem base na realidade de cada um dos Mosqueteiros .
Foi para incentivarem-se mutuamente que marcaram a reunião de Santa Maria , uma cidade situada bem no centro do estado . Naquela reunião , D ´Artagnan mostrou o progresso nos planos , por ele denominado , agora oficialmente , de " Plano Geral do Alívio de Excessos de Realizações Pecuniárias " .
Por sua vez , o primeiro mosqueteiro refletiu interiormente sobre o amadurecimento mental por que passavam todos os outros . Mesmo os de origem mais humilde agora raciocinavam com grande lógica , o que vinha confirmar o que ele já desconfiara ; que a exclusividade na singeleza de idéias - ma maioria das vezes - é própria do ambiente de pobreza que cada um vive . A proximidade - ainda que como potência - da pecúnia ; a possibilidade de que cada uma daquelas pessoas viesse a - em breve - tornar-se alguém de posses fazia com que cada um deles raciocinasse como gente das altas finanças . Mas , é claro , a correção deste pensamento a que chegara D Ártagnan só seria comprovada com o sucesso do alívio de excessos pecuniários que estava em curso .
Por sua vez , o primeiro mosqueteiro refletiu interiormente sobre o amadurecimento mental por que passavam todos os outros . Mesmo os de origem mais humilde agora raciocinavam com grande lógica , o que vinha confirmar o que ele já desconfiara ; que a exclusividade na singeleza de idéias - ma maioria das vezes - é própria do ambiente de pobreza que cada um vive . A proximidade - ainda que como potência - da pecúnia ; a possibilidade de que cada uma daquelas pessoas viesse a - em breve - tornar-se alguém de posses fazia com que cada um deles raciocinasse como gente das altas finanças . Mas , é claro , a correção deste pensamento a que chegara D Ártagnan só seria comprovada com o sucesso do alívio de excessos pecuniários que estava em curso .
Athos informou que , ainda que usando seus últimos recursos , compraria na República Oriental um pequeno caminhão totalmente idêntico ao que os Capa Pretas chegavam com os dólares . Como Athos dispunha de um derradeiro dinheiro no exterior , e sendo a República Oriental um paraíso fiscal , isto facilitaria a compra . Outro ponto importante : Athos compraria o caminhão em nome de um terceiro , na verdade tal estratégia era algo comum entre os comerciantes do lado de lá da fronteira . Muito brasileiros faziam negócios , abriam contas bancárias , compravam bens com nomes chamados por eles mesmos de "frios" . Era um costume já pacificado nos usos e costumes locais .
Por sua vez , Aramis disse que o seu acompanhante costumava dedicar as duas primeiras horas de seus encontros para os jogos de amor , só depois deles entregava-se à bebida , tomando dois , quase três copos de uísque , passando logo a dormir com sono completamente profundo nas próximas três horas . A jovem propôs - a título de ideia possível de ser executada - o artifício usado por um cliente seu , um jovem - quase menino - que , apesar de ter pouquíssimos recursos , queria dispor de seus serviços amorosos . O jovem combinou o preço , chegando a mostra-lhe o dinheiro com que , certamente , honraria o contratado . Já no leito , o rapaz pôs o dinheiro da paga debaixo do travesseiro . Tudo aconteceu normalmente , tendo mesmo Aramis tecido algum elogio ao cliente. Admitido a permanecer no leito , o soldado , que por sinal cumpria o tempo de serviço militar obrigatório , avisou que teria que ir embora muito cedo . Assim foi , o sol ainda não se levantara quando o jovem propôs - e foi aceito por Aramis - um novo enlace - , agora matinal . Logo depois vestiu-se apressadamente e saiu quase correndo em direção ao quartel ; mas não sem antes puxar pelo lado de fora da janela o fio que amarrara ao dinheiro do hipotético pagamento . Ao acordar , a moça tateou , procurando o dinheiro embaixo do travesseiro do freguês , mas nada encontrou . Revistou o quarto , quando notou a janela estrategicamente entreaberta . Foi ao lado de fora e encontrou o fio de linha jogado ao chão , sendo ele a prova que permitiu que ela descobrisse a trama do gentil soldadinho .
Concluindo , Aramis informou que fora despertada para aquela solução do recruta pelo hábito do seu Capa Preta que , assim como soldado, guardava a chave do caminhão de dólares embaixo do próprio travesseiro. Sendo assim , ela lembrou-se que também os Mosqueteiros poderiam valerem-se da criatividade do recruta . Ela bem que poderia dar um jeito de amarrá-la a um barbante para que D Artagnan , ou mesmo Porthos , puxassem- nas para fora do quarto .
D ´Artagnan achou a ideia muito criativa . E disse que seria levada em conta na elaboração final do plano.
Neste momento interromperam a reunião para almoçarem .
quinta-feira, 25 de julho de 2013
74 - Julieitnha e o Oficial do vapor - Final B
Dois planos seguiam a um só tempo : o de Pituca , e o dos Novos Mosqueteiros . O plano de Paulo Becerra tinha duas pessoas infiltradas nele : os mosqueteiros Quita , e Aramis . Quanto à Aramis , Pituca entendeu que ela , sendo pessoa da maior importância para o furto que planejava , ofereceu-lhe a participação de cem mil dólares ; quantia que foi imediatamente aceita pela rapariga . Aramis raciocinou prontamente que se desse uma resposta al tiro , isto aumentaria a confiança de Pedro , incentivando-o para que falasse ainda mais de seus planos .
Julitetinha reclamou de Pedro por ele não ter contado que fora à Caçapava . É que Pedro fora àquela cidadezinha , segundo contou gora à Julietinha , para informar-se de certas incursões de espeleólogos que estavam explorando algumas grutas que haviam na cidade .
Julietinha : " Mas por que não me dissestes , Pedro ? "
Pedro : "Na verdade no dia que eu fui lá tu estavas visitando o Pituca em Porto Alegre . Ou melhor , fostes ajudar a Valéria nas compras , nos preparativos para o casamento . Depois disto eu até cheguei a me esquecer de que tinha ido à Caçapava . "
Foi verdade . Pedro também interessava-se por espeleologia , e foi à cidadezinha fazer um contato com os exploradores de cavernas .
D ´Artagnan , que estava sempre atento aos detalhes , achou que o fato de Aramis morar do lado de lá da fronteira , na República Oriental , isto era algo bem importante para eles todos. Tudo porque no plano que começava a cristalizar-se em sua cabeça ; Aramis seria a pessoa sobre a qual recairiam todas as suspeitas e , evadir-se de pronto para o país vizinho garantiria totalmente o seu total distanciamento do alívio que os Novos Mosqueteiros fariam ante os acumuladores de realizações pecuniárias . Bastaria-lhes manter Aramis distante de tudo e de todos para que todas as suspeitas morressem no nascedouro .
Valéria confidenciou à Quita que Pituca teria fraquejado na mútua decisão de ambos voltarem ao estado de quase reconstrução das virgindades . Ante ao argumento do noivo de que por faltar tão pouco tempo para as núpcias terminada estaria a necessidade de manterem a candura , Valéria agarrou-se à promessa como um náufrago a um salva-vidas :
" Se esperamos até aqui , se sofremos juntos as maiores tentações , por que haveremos de quebrar a promessa de nos mantermos alvos como a neve , limpos como águas que descem das montanhas , claros com as luz das estrelas . Não , amado Pituca , o que você quer , o que me pede , só terá depois do casamento ... e aí sim , serei toda tua ... e para sempre . "
Pituca , que estava ajoelhado aos pés da amada , levantou-se e , sem despedir-se , caminhou para o seu apartamento parecendo que estava algo assim meio curvado .
Julitetinha reclamou de Pedro por ele não ter contado que fora à Caçapava . É que Pedro fora àquela cidadezinha , segundo contou gora à Julietinha , para informar-se de certas incursões de espeleólogos que estavam explorando algumas grutas que haviam na cidade .
Julietinha : " Mas por que não me dissestes , Pedro ? "
Pedro : "Na verdade no dia que eu fui lá tu estavas visitando o Pituca em Porto Alegre . Ou melhor , fostes ajudar a Valéria nas compras , nos preparativos para o casamento . Depois disto eu até cheguei a me esquecer de que tinha ido à Caçapava . "
Foi verdade . Pedro também interessava-se por espeleologia , e foi à cidadezinha fazer um contato com os exploradores de cavernas .
D ´Artagnan , que estava sempre atento aos detalhes , achou que o fato de Aramis morar do lado de lá da fronteira , na República Oriental , isto era algo bem importante para eles todos. Tudo porque no plano que começava a cristalizar-se em sua cabeça ; Aramis seria a pessoa sobre a qual recairiam todas as suspeitas e , evadir-se de pronto para o país vizinho garantiria totalmente o seu total distanciamento do alívio que os Novos Mosqueteiros fariam ante os acumuladores de realizações pecuniárias . Bastaria-lhes manter Aramis distante de tudo e de todos para que todas as suspeitas morressem no nascedouro .
Valéria confidenciou à Quita que Pituca teria fraquejado na mútua decisão de ambos voltarem ao estado de quase reconstrução das virgindades . Ante ao argumento do noivo de que por faltar tão pouco tempo para as núpcias terminada estaria a necessidade de manterem a candura , Valéria agarrou-se à promessa como um náufrago a um salva-vidas :
" Se esperamos até aqui , se sofremos juntos as maiores tentações , por que haveremos de quebrar a promessa de nos mantermos alvos como a neve , limpos como águas que descem das montanhas , claros com as luz das estrelas . Não , amado Pituca , o que você quer , o que me pede , só terá depois do casamento ... e aí sim , serei toda tua ... e para sempre . "
Pituca , que estava ajoelhado aos pés da amada , levantou-se e , sem despedir-se , caminhou para o seu apartamento parecendo que estava algo assim meio curvado .
quinta-feira, 18 de julho de 2013
73 - Julietinha e o Oficial do Vapor - Final B .
Conforme já tinham combinado , foi a mosqueteira Quita que convocou uma reunião para informar o grupo sobre as novidades colhidas . Desta vez ficou acertado que o encontro seria em Caçapava , uma cidadezinha no alto de uma pequena serra , que vive da mineração de calcário , com paisagens das mais tranquilas de todo o planeta Terra . Quita não bebia álcool ; assim , o brinde em que todos os Mosqueteiros levantavam as taças , para ela foi com refrigerante . Para os demais foi com um excelente vinho da Campanha .
" Tudo bem ". respondeu Porthos . Mas voltemos à nossa causa primeira : quanto hoje progredimos no nosso plano de ir buscar - como sempre me diz D ´Artagnan ... o nosso quinhão ... ao , tão somente , aliviar os excessos de realizações perpetradas por terceiros ? "
D ´Artagnan respondeu : " Posso garantir que hoje andamos muito , mosqueteiro Porthos . "
Foi Aramis quem abortou a aridez da falação que , certamente , iniciaria o primeiro mosqueteiro ( "primeiro" por que foi quem organizou o grupo , eis que entre Os Novos Mosqueteiros não existia qualquer hierarquia ) : " Eu estava esperando um tempo para dizer que Pituca convocou todas as meninas do Boca de Ouro para a semana que vai do Natal até o dia 2 de janeiro . Ele quer todas a postos neste período. "
Depois de Aramis , Quita aproveitou para dar mais uma notícia : " Ouvi o Seu Pituca dizendo para Valéria que estava cada vez mais satisfeito com o trabalho do Seu Bandido ; que , até agora , Bandido não atrasara um dia sequer no pagamento de sua mesada de dez mil dólares . Eu ainda não sei bem o que isto tem a ver com tudo que nós queremos . Mas a intuição me diz que em alguma coisa isto é bom para nós todos . "
Foi o próprio D ´Artagnan quem completou . " Todos nós devemos ficar atentos , mas também felizes ! Diversos passos já foram dados por nós , Porthos . E todos com absoluta precisão . Nem que eu quisesse só olhar para o lado frio da lógica , despindo-o de interpretações que pudessem nos favorecer ; nem assim eu poderia esquecer que temos boa parte do caminho andado . Tudo joga a nosso favor ! Vejam a alegria de Pituca quando confirma que o senhor Bandido paga com absoluta pontualidade o que lhe prometeu . Qual a leitura disto , Novos Mosqueteiros ? Qual ? : Pituca , já decidiu que mudará de vida no momento em que casar-se . E quer ter uma dupla garantia : o pinga-pinga , pelo menos para ele , de dez mil dólares por mês depositados em sua conta , mais um depósito de nada menos do que vinte milhões de dólares . Tudo depositado no pais da cruz branca . Posso garantir que todas as terras , todas as estâncias de de Pituca não valem a metade disto ."
Foi Porthos quem cortou D ´Artagnan : " Vinte milhões de dólares .... de onde tu tirastes este número ? "
" É fácil , Porthos . Tantos avisos , tantas preparações levam a uma conclusão evidente : O pequeno caminhão virá lotado . Eu me dei ao trabalho de calcular , pelo volume do caminhão , quantas notas de cem dólares cabem ali . Dá mais de vinte milhões de dólares . Outra evidência é que a situação política está dia a dia se complicando . Eu me convenci que os detentores da pecúnia concluream que chegou a hora dos excessos de realizações serem retirados do país . E o quanto antes . Vejam , companheiros , temos que agir como um relógio inglês , com exatidão , sem titubeios . Absolutamente precisos nos alívios pecuniários a que nos propomos ; se o casamento de Pituca está marcado para o dia 15 de Dezembro ; e , se além disto , ele vendeu os apartamentos , é porque quer abandonar a região . Como ouvimos nossos pais dizer : Pituca quer ver o anoitecer , mas não o amanhecer . Quer desaparecer na calada da noite . E por que Pituca faz isto ? : porque a maior parte de seu plano também, já deu certo . Recordam que eu disse que todos os carregamentos de dólares chegaram num feriado de longa duração ? Este é o motivo de Pituca botar o Boca de Ouro de prontidão geral na semana de fim de ano . " Todos os mosqueteiros balançaram a cabeça afirmativamente , quando D ´Artagnan voltou à sua explanação : " Pois bem , daqui a 40 dias teremos um grande feriado , o maior de todos : a semana de Natal , sempre colada nas festas de passagem do ano . E , como neste ano o Natal cai numa terça-feira teremos praticamente a junção de dois grandes feriados . Tem-se aí um momento mágico em que as estradas param , os postos policiais fecham por completo seus postos logo depois que acham que todo o tráfego vazou para seu destino final . Companheiros , a polícia também para , recolhe-se a seus lares . E não só no Brasil . Tudo para nos dois lados da fronteira . Para todos que estão nesta aventura o final do ano é a hora . O dia é este : o primeiro do ano . "
Porthos aproveitou para levantar uma dúvida : " Pensei , pensei e percebi , D ´Artagnan , que não precisamos de que exista um duplo furto . Ora , se a nossa fé aponta para que o dito de "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão " seja suficiente - pelo menos quanto ao tempo necessário para uma ampla anistia divina ; e , considerando-se os obstáculos que teríamos ao ter que esperar que Pituca faça o seu desapossamento ; para , aí sim , aliviarmos o gauchão ; digo com certeza que não vale a pena o risco originado nesse duplo perdão . Diante disto eu peço a Democrática para que seja resolvido este incidente : se poderemos promover um alívio simples , mesmo que com isto só tenhamos a garantia de tão somente cem anos de perdão , não existe motivos lógicos ou religiosos para que o risco se multiplique . Ou , então , se for da vontade do Grupo , esperemos que Pituca furte os dólares , para - depois dele delinquir - aí sim aliviar o Paulo Becerra . "
D ´Artagnan pediu que , pela ordem , ele esclarecesse : " Muito bem , Porthos . Já vi que nosso convívio tem feito sua cabeça se abrir aos clássicos . Você tem razão ! O que Pituca faria seria um furto ; isto mesmo , o estancieiro não dispõe de status filosófico , ou mesmo religioso , que todos nós , Os Novos Mosqueteiros , dispomos . Tudo porque nós , qualquer um dos Novos Mosqueteiros , nada têm de acumulação , real ou pecuniária . Inexiste , para Pituca , qualquer possibilidade do perdão divino . Isto nem de longe vale para Pituca . Ele é um grande proprietário de terras ; e , o que para nós será um aliviar de excessos de realizações , para ele seria mais uma acumulação ampliadora de realizações . Parabéns , Athos ! E eu espero que Aramis e Quita estejam abrindo suas consciências para o fato de que não nos interessa ser igual aos outros acumuladores insaciáveis . O que queremos é a nossa parte nas apropriações de bens naturais embolsados ao longo das eras , das gerações . "
Desta vez , Quita foi a única pessoa que não demonstrou segurança no balançar a cabeça afirmativamente . Mesmo assim , balançou-a .
Foi quando D ´Artagnan completou : " Por mim , eu - por mais que isto nos custasse - consumaria compulsoriamente o duplo alívio . Por mais que nos custasse , deixaria que Pituca furtasse os Capa-Pretas para só então aliviá-lo ; para com isto garantir uma anistia celestial de duzentos anos . Mas eu não vou quebrar a jura que fiz : submeto-me à Democrática . "
Foi quando D ´ Artagnan completou : " Companheira Quita ... você lembra o que seria a Democrática ? "
Quita , que todos os dias lia o Guia dos Novos Mosqueteiros que tão bem escondia nos seus guardados, não titubeou . Trazia na ponta da língua a definição do Manual elaborado por D ´ Artagnan : " A Democrática é o pedido oficial posto por um dos Mosqueteiros de que a vexata quaestio seja colocada em votação aberta . "
D ´ Artagnan não se conteve : " Para concluir , companheira Quita : e o que viria a ser vexata quaestio ? "
Quita : " Vexata quaestio , para nós , os Novos Mosqueteiros , é uma como chamamos as questões sumamente intrincadas ."
D ´Artagnan : " Parabéns Mosqueteiro Quita ! Vamos à Democrática ... "
D ´ Artagnan : " Mosqueteiro Quita , em que tu votas , no duplo perdão , que nos garantiria duzentos anos de indulto divino , ou no alívio uno , representado num só passo aliviante ? "
Quita : " Concordo com Athos . Nossas vidas não chegarão a cem anos . E , pelo que ouvi dizer , pelo menos no campo terreno , a penalização de alguém não pode ser transferida para a sua família . 'A nossa descendência só restaria os bônus de uma pequena montanha de dólares . "
D ´Artagnan : " Submeto-me à vontade da maioria , mas devo esclarecer que quando pedi a comprovação de dois roubos para a quantia almejada que será aliviada, eu me referia tão somente aos limites religiosos que a questão compreende ... Aramis , qual o seu voto ? "
Aramis : " Mais do que ninguém , eu compreendo as preocupações político/ filosóficas/religiosas do primeiro Mosqueteiro . Mas , como na profissão que abracei , devo ser prática : não vale a pena a relação custo/benefício de termos que correr o risco de dois alívios seguidos , não vale a pena . Voto com o Mosqueteiro Athos . "
Assim , democraticamente , foi decidido que somente um alívio era suficiente para livrar os Mosqueteiros dos desdobramentos terrestres esperáveis . E , por que não ? com o rigor lógico adotado desde o início por D ´Artagnan , que também os impedia moralmente de correr riscos de estarem perpetrando algum furto . Algum roubo .
D´Artagnan foi complacente ao calar-se para a questão relativa à eternidade das almas no tempo posterior ao Juízo Final . Até D ´Artagnan convenceu-se que seria um excesso abrir mais uma discussão para , nela , discutir o tempo ulterior ao dia do Juízo Final . E , imediatamente , bateu o martelo .
Quita passou por um tempo de amadurecimento . Se antes só pensava em servir seus senhores , agora sua auto-estima crescera , ela sabia que era uma pessoa como as outras , que tinha suas prerrogativas , por isto queria sacar o seu quinhão que , sem dúvida , estava em outras mãos . Nela viviam duas pessoas . Uma , a antiga , era a que gostava de mexericos , de fofocas . E foi este lado que contou aos colegas dois fatos que ela achou inusitados : Pituca , nesta segunda vez que co-habitava com Valéria , adquirira o apartamento ao lado do que já possuía para ali abrigar sua amada . Paulo Becerra nunca esqueceu que ambos prometeram-se mutuamente que sem o casamento eles não se pertenceriam , tivessem a vontade que tivessem um do outro .
E , se acariciavam-se por longos momentos , tais carícias , acreditem , não transpunham os limites de afagos mas sem que - como Valéria confidenciou à Quita - chegassem sequer a masturbar-se . Ambos respeitavam a palavra empenhada . E num determinado momento depois de cearem juntos , despediam-se . Cada um para o seu apartamento . Para ambos , aquele resistir , ainda que a paixão explodisse neles , era assim como a expiação necessária à purificação de seus espíritos . E corpos . Guardavam-se para as núpcias que - segundo Pituca vinha comentando - seriam - nada mais , nada menos - do que no Tahiti . Mais precisamente , em Pappete .
Mas ainda sobravam outros segredos , também captados por Quita : O nome verdadeiro de Valéria não era este , mas sim Valeska . E agora Pituca começara uma campanha para que Valéria , no dia do casamento , no instante em que juraria fidelidade ao marido , voltasse ao seu verdadeiro nome . Assim , o ritual do casamento teria mais uma purificação . Ali morreria Valéria e renasceria Valeska.
Quita encerraria sua fala com mais duas novidades . Paulo já estava na posse dos passaportes e , ainda mais intrigante : Quita presenciou um telefonema de Pituca para um corretor de imóveis no qual tratava da venda dos dois apartamentos , e que o comprador fosse avisado que o vendedor permaneceria no imóvel por mas algum tempo - não muito .
Se os demais Mosqueteiros estavam boquiabertos , D ´Artagnan não demonstrou surpresa . E , novamente , fez um discurso pelo qual quis clarear ainda mais a cabeça dos companheiros : " Acho que já não temos dúvida de que a propriedade também pode vir sem máculas . Mesmo assim cabe uma observação : as coisas industrializadas , e vendidas , têm nelas bens extraídos da natureza que são propriedade de todos , de todo mundo . Ou seja ( e D ´Artagnan levantou as voz , ainda que os companheiros já estivessem-no bem escutando ) aqui nestes confins da nação - se não no País inteiro , no mundo inteiro - as classes que mandam ficam não só com aquilo que elas agregam nais coisas que produzem . Mas , também , com aquilo que seria de todos por virem das entranhas da terra , de antes mesmo que o homem se conhecesse como tal . "
Quita e Porthos se entreolharam , mas foi Aramis quem arriscou uma pergunta : " Mas os impostos ? ; eles não servem para que esta parte que é de todos , a que é retirada da natureza , eles não são para que ela se volte para os que não participam diretamente da industrialização ? "
D ´ Artagnan , que jurava que os motivos que sempre o levavam a enfatizar para os outros Mosqueteiros o lado filosófico/religioso do alívio de excessos de realidades que fariam deveria servir tão somente para que todos não ficassem com sentimentos de culpa pela requisição que fariam ; completou : " pode até ser que em outras plagas , em outros países , os impostos sirvam como paga deste quinhão natural e coletivo . Só que aqui , nestas paragens , os mais hábeis ficam não só com o que eles porventura agregam às coisas ; mas também , com os benefícios originados na quase totalidade dos impostos que sobre elas incidem . Enfim , apropriam-se também , pelo exercício das mais diversas formas de poder , da quase totalidade das riquezas naturais . Não ; a propriedade nem sempre é um roubo , Aramis . Mas por aqui , quase sempre é . "
" Tudo bem ". respondeu Porthos . Mas voltemos à nossa causa primeira : quanto hoje progredimos no nosso plano de ir buscar - como sempre me diz D ´Artagnan ... o nosso quinhão ... ao , tão somente , aliviar os excessos de realizações perpetradas por terceiros ? "
D ´Artagnan respondeu : " Posso garantir que hoje andamos muito , mosqueteiro Porthos . "
Foi Aramis quem abortou a aridez da falação que , certamente , iniciaria o primeiro mosqueteiro ( "primeiro" por que foi quem organizou o grupo , eis que entre Os Novos Mosqueteiros não existia qualquer hierarquia ) : " Eu estava esperando um tempo para dizer que Pituca convocou todas as meninas do Boca de Ouro para a semana que vai do Natal até o dia 2 de janeiro . Ele quer todas a postos neste período. "
Depois de Aramis , Quita aproveitou para dar mais uma notícia : " Ouvi o Seu Pituca dizendo para Valéria que estava cada vez mais satisfeito com o trabalho do Seu Bandido ; que , até agora , Bandido não atrasara um dia sequer no pagamento de sua mesada de dez mil dólares . Eu ainda não sei bem o que isto tem a ver com tudo que nós queremos . Mas a intuição me diz que em alguma coisa isto é bom para nós todos . "
Foi o próprio D ´Artagnan quem completou . " Todos nós devemos ficar atentos , mas também felizes ! Diversos passos já foram dados por nós , Porthos . E todos com absoluta precisão . Nem que eu quisesse só olhar para o lado frio da lógica , despindo-o de interpretações que pudessem nos favorecer ; nem assim eu poderia esquecer que temos boa parte do caminho andado . Tudo joga a nosso favor ! Vejam a alegria de Pituca quando confirma que o senhor Bandido paga com absoluta pontualidade o que lhe prometeu . Qual a leitura disto , Novos Mosqueteiros ? Qual ? : Pituca , já decidiu que mudará de vida no momento em que casar-se . E quer ter uma dupla garantia : o pinga-pinga , pelo menos para ele , de dez mil dólares por mês depositados em sua conta , mais um depósito de nada menos do que vinte milhões de dólares . Tudo depositado no pais da cruz branca . Posso garantir que todas as terras , todas as estâncias de de Pituca não valem a metade disto ."
Foi Porthos quem cortou D ´Artagnan : " Vinte milhões de dólares .... de onde tu tirastes este número ? "
" É fácil , Porthos . Tantos avisos , tantas preparações levam a uma conclusão evidente : O pequeno caminhão virá lotado . Eu me dei ao trabalho de calcular , pelo volume do caminhão , quantas notas de cem dólares cabem ali . Dá mais de vinte milhões de dólares . Outra evidência é que a situação política está dia a dia se complicando . Eu me convenci que os detentores da pecúnia concluream que chegou a hora dos excessos de realizações serem retirados do país . E o quanto antes . Vejam , companheiros , temos que agir como um relógio inglês , com exatidão , sem titubeios . Absolutamente precisos nos alívios pecuniários a que nos propomos ; se o casamento de Pituca está marcado para o dia 15 de Dezembro ; e , se além disto , ele vendeu os apartamentos , é porque quer abandonar a região . Como ouvimos nossos pais dizer : Pituca quer ver o anoitecer , mas não o amanhecer . Quer desaparecer na calada da noite . E por que Pituca faz isto ? : porque a maior parte de seu plano também, já deu certo . Recordam que eu disse que todos os carregamentos de dólares chegaram num feriado de longa duração ? Este é o motivo de Pituca botar o Boca de Ouro de prontidão geral na semana de fim de ano . " Todos os mosqueteiros balançaram a cabeça afirmativamente , quando D ´Artagnan voltou à sua explanação : " Pois bem , daqui a 40 dias teremos um grande feriado , o maior de todos : a semana de Natal , sempre colada nas festas de passagem do ano . E , como neste ano o Natal cai numa terça-feira teremos praticamente a junção de dois grandes feriados . Tem-se aí um momento mágico em que as estradas param , os postos policiais fecham por completo seus postos logo depois que acham que todo o tráfego vazou para seu destino final . Companheiros , a polícia também para , recolhe-se a seus lares . E não só no Brasil . Tudo para nos dois lados da fronteira . Para todos que estão nesta aventura o final do ano é a hora . O dia é este : o primeiro do ano . "
Porthos aproveitou para levantar uma dúvida : " Pensei , pensei e percebi , D ´Artagnan , que não precisamos de que exista um duplo furto . Ora , se a nossa fé aponta para que o dito de "ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão " seja suficiente - pelo menos quanto ao tempo necessário para uma ampla anistia divina ; e , considerando-se os obstáculos que teríamos ao ter que esperar que Pituca faça o seu desapossamento ; para , aí sim , aliviarmos o gauchão ; digo com certeza que não vale a pena o risco originado nesse duplo perdão . Diante disto eu peço a Democrática para que seja resolvido este incidente : se poderemos promover um alívio simples , mesmo que com isto só tenhamos a garantia de tão somente cem anos de perdão , não existe motivos lógicos ou religiosos para que o risco se multiplique . Ou , então , se for da vontade do Grupo , esperemos que Pituca furte os dólares , para - depois dele delinquir - aí sim aliviar o Paulo Becerra . "
D ´Artagnan pediu que , pela ordem , ele esclarecesse : " Muito bem , Porthos . Já vi que nosso convívio tem feito sua cabeça se abrir aos clássicos . Você tem razão ! O que Pituca faria seria um furto ; isto mesmo , o estancieiro não dispõe de status filosófico , ou mesmo religioso , que todos nós , Os Novos Mosqueteiros , dispomos . Tudo porque nós , qualquer um dos Novos Mosqueteiros , nada têm de acumulação , real ou pecuniária . Inexiste , para Pituca , qualquer possibilidade do perdão divino . Isto nem de longe vale para Pituca . Ele é um grande proprietário de terras ; e , o que para nós será um aliviar de excessos de realizações , para ele seria mais uma acumulação ampliadora de realizações . Parabéns , Athos ! E eu espero que Aramis e Quita estejam abrindo suas consciências para o fato de que não nos interessa ser igual aos outros acumuladores insaciáveis . O que queremos é a nossa parte nas apropriações de bens naturais embolsados ao longo das eras , das gerações . "
Desta vez , Quita foi a única pessoa que não demonstrou segurança no balançar a cabeça afirmativamente . Mesmo assim , balançou-a .
Foi quando D ´Artagnan completou : " Por mim , eu - por mais que isto nos custasse - consumaria compulsoriamente o duplo alívio . Por mais que nos custasse , deixaria que Pituca furtasse os Capa-Pretas para só então aliviá-lo ; para com isto garantir uma anistia celestial de duzentos anos . Mas eu não vou quebrar a jura que fiz : submeto-me à Democrática . "
Foi quando D ´ Artagnan completou : " Companheira Quita ... você lembra o que seria a Democrática ? "
Quita , que todos os dias lia o Guia dos Novos Mosqueteiros que tão bem escondia nos seus guardados, não titubeou . Trazia na ponta da língua a definição do Manual elaborado por D ´ Artagnan : " A Democrática é o pedido oficial posto por um dos Mosqueteiros de que a vexata quaestio seja colocada em votação aberta . "
D ´ Artagnan não se conteve : " Para concluir , companheira Quita : e o que viria a ser vexata quaestio ? "
Quita : " Vexata quaestio , para nós , os Novos Mosqueteiros , é uma como chamamos as questões sumamente intrincadas ."
D ´Artagnan : " Parabéns Mosqueteiro Quita ! Vamos à Democrática ... "
D ´ Artagnan : " Mosqueteiro Quita , em que tu votas , no duplo perdão , que nos garantiria duzentos anos de indulto divino , ou no alívio uno , representado num só passo aliviante ? "
Quita : " Concordo com Athos . Nossas vidas não chegarão a cem anos . E , pelo que ouvi dizer , pelo menos no campo terreno , a penalização de alguém não pode ser transferida para a sua família . 'A nossa descendência só restaria os bônus de uma pequena montanha de dólares . "
D ´Artagnan : " Submeto-me à vontade da maioria , mas devo esclarecer que quando pedi a comprovação de dois roubos para a quantia almejada que será aliviada, eu me referia tão somente aos limites religiosos que a questão compreende ... Aramis , qual o seu voto ? "
Aramis : " Mais do que ninguém , eu compreendo as preocupações político/ filosóficas/religiosas do primeiro Mosqueteiro . Mas , como na profissão que abracei , devo ser prática : não vale a pena a relação custo/benefício de termos que correr o risco de dois alívios seguidos , não vale a pena . Voto com o Mosqueteiro Athos . "
Assim , democraticamente , foi decidido que somente um alívio era suficiente para livrar os Mosqueteiros dos desdobramentos terrestres esperáveis . E , por que não ? com o rigor lógico adotado desde o início por D ´Artagnan , que também os impedia moralmente de correr riscos de estarem perpetrando algum furto . Algum roubo .
D´Artagnan foi complacente ao calar-se para a questão relativa à eternidade das almas no tempo posterior ao Juízo Final . Até D ´Artagnan convenceu-se que seria um excesso abrir mais uma discussão para , nela , discutir o tempo ulterior ao dia do Juízo Final . E , imediatamente , bateu o martelo .
Marcadores:
acariciavam-se,
capítulo 73,
complacente,
consumaria,
D ´Artagnan,
democraticamente,
filosófico,
final B,
mosqueteiros,
Porthos,
segredos
sábado, 13 de julho de 2013
72 - Julietinha e o Oficial do vapor - Final B
Pituca e Valeria casariam-se na cidade em que ela nascera . Decidiu-se que , do lado de Paulo, somente os parentes , e os amigos mais íntimos seriam convidados . Meses atrás , Paulo Becerra fora , com Julietinha , Pedro e o filho ; até a cidadezinha de Dom Feliciano , que era a região onde instalara-se a Família Milczarek , originária de Malbork , cidade polonesa bem próxima da fronteira com a Rússia , tendo esta vizinha dominado a região por volta de 1890 , momento em que o clã familiar imigrara para o Brasil . O motivo da visita era o de Paulo de pedir Valeria em casamento . O pai de Valéria disse à Pituca que nunca se conformara com a saída da filha de casa , para ir estudar na capital . Mas não pode evitar a sua partida em razão de uma enchente de grandes proporções na região que lhe fez perder todas as plantações , tendo mesmo a água da chuva levado rio abaixo as criações de porcos , galinhas e até mesmo gado leiteiro . A mãe da moça emocionou-se ao ouvir de Pituca que ele tinha grande honra em ingressar na família Mielczarek , caso lhe aceitassem como genro . É claro que o gaúcho da fronteira foi aceito ; tendo , inclusive , proposto uma data do casório , e bem próxima . Foram servidas comidas , e doces da tradição polaca que fizeram grande sucesso entre todos os Becerra / Fagundes . Mas Pituca quase botou tudo a perder quando , em conversa apartada com o Sr. Milczarek , ofereceu ajuda em dinheiro para os gastos com as bodas ; grosseria considerada humilhante pelo Senhor ; mas Pituca foi socorrido pela irmã que afirmou , em evidente remendo , ser a oferta uma tradição na sua região de origem , argumento que - muito a contragosto - foi aceito pelo futuro sogro . Foi quando Pituca tirou do bolso o anel de compromisso mandado fazer em joalheiro de sua família , dizendo a todos que as alianças foram forjadas de numa única pepita de ouro com o propósito de que a união fosse tão indissolúvel como aquele ouro guardado nas eras passadas , unido , atado como ele queria que fosse seu casamento com Valéria . À mesa também muitos licores , grapas , vinhos e cervejas , bebidas feitas ali mesmo em Dom Fernando , pelas mãos dos convidados daquele jantar , quase todos tendo algum grau de parentesco com os Milczarek .
A única pessoa que parecia não respirar a alegria geral era Pedro que , mesmo querendo participar , fazendo força para alegrar-se de verdade , mesmo assim não conseguia entregar-se à festa como é sempre preciso para que todos vibrem . Julietinha , percebendo, disse-lhe : " Pedro , o que é que tu tens ? " " Nada , nada , não é nada querida . Estou com dúvidas num contrato de edição do meu livro e , ainda que eu não queira , isto tomou por um momento o meu pensamento . Mas eu já melhorei ... " Foi quando Pedro levantou o copo de grapa num brinde entoando belas palavras de boa sorte ao casal e longa vida a todos presentes . "
A única pessoa que parecia não respirar a alegria geral era Pedro que , mesmo querendo participar , fazendo força para alegrar-se de verdade , mesmo assim não conseguia entregar-se à festa como é sempre preciso para que todos vibrem . Julietinha , percebendo, disse-lhe : " Pedro , o que é que tu tens ? " " Nada , nada , não é nada querida . Estou com dúvidas num contrato de edição do meu livro e , ainda que eu não queira , isto tomou por um momento o meu pensamento . Mas eu já melhorei ... " Foi quando Pedro levantou o copo de grapa num brinde entoando belas palavras de boa sorte ao casal e longa vida a todos presentes . "
Assinar:
Postagens (Atom)
Marcadores
abriram
acariciavam-se
acaso
Adhemar
África
ajoelhar-se
alcance
Alegrete.
alemão
alma
Almerinda
amizades
amor
anônima
antítese
apartamento
apresentação
Aramis
arataca
Argentina
argumentos
arranjado
asas
Athos
atracar
atrevimento
Austrália
autor
aviso
aziaga
balzaquiana
banco
bandido
Banho
barrigas-verdes
Becerra
Becerras
Bicicleta
bienvenidos
binóculo
biógrafo
blusa
Boca de Ouro
Boca do Monte
Bóldedalma
Boleto
bolso
borbotões
bordel
Brasília
Brown Cow Bank
bruxuleante
Bubi
cabaret
cabeça
cabelos
Caçapava
cachorro
cadeado
cadeia
calado
calça de baixo
cama
campeia
canalha
capa-e-espada
capa-pretas
capital
capítulo 1
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18 A
capítulo 18 B
capítulo 19
capítulo 2
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 47
capítulo 48
capítulo 49
capítulo 5
capítulo 50
capítulo 51
capítulo 52
capítulo 53
capítulo 54
capítulo 55
capítulo 55 R2
capítulo 56
capítulo 57
capítulo 58
capítulo 59
capítulo 6
capítulo 60
capítulo 62
capítulo 63
capítulo 64
capítulo 65
capítulo 66
capítulo 67
capítulo 68
capítulo 69
capítulo 70
capítulo 71
capítulo 72
capítulo 73
capítulo 74
capítulo 75
capítulo 76
capítulo 77
capítulo 78
capítulo 79
capítulo 80
capítulo 81
capítulo 82
capítulo 94
capítulo 95
capítulo 96
capítulo 97
carancho
Carlão
Carlos Gardel
Carmem
casamento
casariam-se
castrava
Caverá
cerveja
cervejaria
champanhe
Chatô
chefatura de polícia
cidadezinha
ciências humanas
classe
Claudia Cardinalle
Colcabamba
Com Chaveco
complacente
comportadamente
confidenciou
confraria
confusão
consumaria
Coração
corazón
corredor
Correio do Norte
crise.
Curunilha
cusco
D ´Artagnan
D´Artagnan
D´Orsay
datilografia
declama
dedicação
democraticamente
desculpa
desembarque
destino
determinar
detetive
Deus
devastação
diário de bordo
dinheirama
dinheiro
Dionísio
Dirceu
disfarçou
Dona Almerinda
Dona Flora
Dona Julietinha
Dona Marica
Dotô
Doutor
Elizabeth Taylor
Emagrecido
embolsar
empreitada
Encargo
enganando
enrodilharam
equívoco
Ernesto
ERP
esbaforida
escolha
escritos
escuridão
espalhar
esquerdo
estafermo
estância
estancieiro
este blog
estudos
Eunuco ou Hermafrodita?
Europa
evidente
F100
fazendeiros
fechadura
Federal
ficção
filosófico
fim
final B
fineza
fita
flores
fofocas
fortuna
Fortunas
frigorificação
fronteira
fronteiriço
furgão
futuro
galena
gaudério
Gauguin
gente
ghost writer
Gian
Giancarlo
Giancarlo Petrucci
gran- puta
grávida
gritando
Gualter
Guapos da Fronteira
guarda-chuva
Guilain
guri
herança
hipotesis
História
honra
horizonte
Hulha
imaginação
independentes
índio maula
intensamente
internacionales
interrupção
Ipanema
irmandade
italiano
J. Proudhon
Joaquim
jogos de Eros
Jorge Luis Borges
jornalista
José Amaral
Judas
Julietinha
junção
ladrão
Lagoa da música
lágrimas
Lampião
lembrar
Leonel
liberação
lições
Lisboa
literária
Livro
lógica
lolitas
Londres
Lotto
Lua de Mel
madrugada
madura
mafiosos
Maranhão
marido
Mastroiani
matador
Mecenas
Mediterrâneo
memórias
menino
Mercedes
mesa
Milczarek
missão
moça
moças
molestado
molhados
monastério
Mosqueteira
Mosqueteiro
mosqueteiros
mulher
mundo
naba
Namorada
namorado
navio
negócio
nosotros
novo-rico
novos mosqueteiros
NRBZ
nudez
O Cruzeiro
Oficial
oficial italiano
Old Parr
olvidastes
Oriental
Pá
pagos
paixão
palavra
Paniagua
Paraguai.
parente
Paris
pastor
patrimônio
Paulo
Paulo Becerra
pecuniárias
Pedro
pentear
pernambucano
perseguição
Pio XII
Pipoquinha
pistoleiro
Pituca
plagas
plata
platônica
Polaquinha
polaquinha.
portão
Porthos
Porto Alegre
português
Portunhol
povo assassino.
prazo
Prendoca
primeira
Professor Pery
promessa
propriedade
pulgas
Pulo Becerra
Punta del Leste
quadradinha
quebra-cabeças
quéra
Quita
raça
raros
rataca
Recife
relógio
remessas
Renguiá
República Oriental
reunião
Rio
Rio de Janeiro
Rio Grande
roleta
Roma
RPGS
Rússia
Salustiano
San Martin
Santa Maria
Sapiran
segredos
segurança
Sem Chaveco
Serra
sessões
Seu Salim
Severino
Sevilha
silêncio
Silvério
sonhar
Sul
Taquarembó
Tchê
te amo
tenente
teorias
tesouro
Thaiti
Toscana
traído
trampa
tranquila
transposto
travesseiro
Três Mosqueteiros
única
urdida
urso-panda
Uruguay
Valéria
Vaticano
Velho Testamento
verdade
vereador
viagem
Vigo
Vinícius de Morais
Vinicius Gullar
Violão
Vira-Latas
vitória
Zé Manél